ATA DA SEXTA SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 17-5-2006.

 


Aos dezessete dias do mês de maio do ano de dois mil e seis, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quinze horas e onze minutos, foi realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Cassiá Carpes, Dr. Goulart, Elias Vidal, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Manuela d'Ávila, Margarete Moraes, Maristela Meneghetti, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Raul Carrion e Sofia Cavedon. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Alceu Brasinha, Bernardino Vendruscolo, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Elói Guimarães, João Carlos Nedel, Maria Celeste, Mario Fraga, Maristela Maffei, Neuza Canabarro, Paulo Odone, Professor Garcia, Sebastião Melo e Valdir Caetano. Na ocasião, constatada a existência de quórum deliberativo, foram aprovadas as Atas da Quarta e Quinta Sessões Extraordinárias e da Sétima, Oitava, Nona, Décima, Décima Primeira, Décima Segunda e Décima Terceira Sessões Solenes. Após, foi apregoado o Memorando nº 147/06, firmado pelo Vereador Dr. Goulart, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, por meio do qual Sua Excelência informa que a Vereadora Clênia Maranhão se encontra representando externamente este Legislativo na solenidade de lançamento da Campanha do Agasalho 2006, hoje, a partir das quatorze horas, no Salão Negrinho do Pastoreio do Palácio Piratini. Ainda, o Senhor Presidente registrou a presença do Senhor Paulo Fernando Ramos Motta, integrante do PSDB, do Município de São Borja – RS. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 063/06, discutido pelo Vereador João Antonio Dib, 067/06, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib, Professor Garcia e João Carlos Nedel, 068/06, discutido pelo Vereador Carlos Todeschini, e 089/06, discutido pelo Vereador João Carlos Nedel, o Projeto de Resolução nº 073/06, discutido pelos Vereadores Professor Garcia, Carlos Comassetto e João Carlos Nedel, o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Resolução nº 110/05, discutido pelo Vereador João Antonio Dib; em 3ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 059/04, 069, 080, 081, 087 e 088/06, este discutido pelos Vereadores Carlos Todeschini e Carlos Comassetto, o Projeto de Resolução nº 072/06, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib e Professor Garcia. Na oportunidade, o Senhor Presidente registrou o transcurso do aniversário, hoje, do Vereador Elói Guimarães, procedendo à entrega, em nome da Mesa Diretora, de um cartão de felicitações a Sua Excelência. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Sofia Cavedon, afirmando que se observa uma terceirização nos serviços prestados pela Prefeitura de Porto Alegre, citou edital de concorrência pública divulgado no dia doze deste mês, de contratação de empresas para operações de limpeza, coleta e destinação de lixo na Cidade. Ainda, questionou mudanças em termos estruturais e de recursos humanos, que vêm sendo implantadas junto ao Departamento Municipal de Limpeza Urbana. O Vereador João Antonio Dib discorreu acerca do Departamento Municipal de Limpeza Urbana, declarando que a terceirização dos serviços prestados por esse órgão iniciou na gestão do Partido dos Trabalhadores à frente do Governo Municipal. Além disso, abordou problemas na área de segurança pública que vêm ocorrendo no Estado de São Paulo, avaliando a oportunidade da votação, nesse momento, pelo Congresso Nacional, de projetos alterando a legislação criminal vigente. O Vereador Elói Guimarães aludiu aos assassinatos de policiais, observados no Estado de São Paulo desde o dia doze de maio do corrente, asseverando que a solução dessa crise deve envolver todos os brasileiros, independentemente de questões ideológicas ou político-partidárias. Nesse sentido, analisou os prejuízos econômicos e sociais resultantes da falta de segurança pública, propugnando pela ação conjunta dos Governos Federal, Estaduais e Municipais no combate à criminalidade. O Vereador Sebastião Melo reportou-se ao pronunciamento de hoje da Vereadora Sofia Cavedon, referente à coleta de lixo em Porto Alegre, defendendo medidas para agilização e qualificação dos serviços oferecidos à população nessa área. Também, prestou informações acerca do novo sistema integrado de limpeza urbana a ser implantado em Porto Alegre e criticou a gestão do Senhor Darci Campani quando Diretor-Geral do Departamento Municipal de Limpeza Urbana. A Vereadora Manuela d’Ávila registrou o transcurso, hoje, do Dia Mundial contra a Homofobia, sublinhando a importância do direito à livre orientação sexual. Também, mencionou exposição sobre o tema, elaborada por esta Casa e pela Organização Não Governamental Outra Visão, e citou o Projeto de Lei do Legislativo nº 129/05, que dispõe sobre a cassação do alvará de funcionamento dos estabelecimentos cujos funcionários ou seguranças tenham usado de violência contra clientes. O Vereador Claudio Sebenelo, salientando que o assassinato de autoridades policiais reflete uma inversão de valores e a desmoralização do Governo constituído, comentou o quadro de falta de segurança pública verificado nos últimos dias no Estado de São Paulo. Da mesma forma, criticou a atuação do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cobrando a destinação de verbas e a instituição de políticas públicas que viabilizem um efetivo combate à violência e à criminalidade. A Vereadora Clênia Maranhão manifestou-se acerca da V Conferência Municipal de Ciência e Tecnologia e da 23ª Maratona de Porto Alegre, a serem realizadas no corrente mês, destacando a importância desses eventos para a Cidade. Além disso, debateu alterações previstas na forma de prestação de serviços pelo Departamento Municipal de Limpeza Urbana e defendeu as linhas seguidas pelo Prefeito José Fogaça, relativamente à política salarial dos servidores públicos do Município. Em continuidade, o Senhor Presidente registrou as presenças das Senhoras Maria Bernadete Cordoni Magalhães, Claudete Silva e Maryur Tedesco, respectivamente Presidenta, Tesoureira e voluntária do Lar Santo Antônio dos Excepcionais. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Ervino Besson protestou contra correspondência que vem sendo enviada a aposentados do País, a qual divulga linha de crédito especial em instituição bancária, afirmando que anúncios dessa espécie induzem ao endividamento e prejudicam os cidadãos. Ainda, ressaltou que essa correspondência apresenta ilustrações com símbolos do Partido dos Trabalhadores, constituindo-se em propaganda política e não apenas na oferta de produtos do sistema financeiro. Após, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA e aprovado Requerimento verbal formulado pelo Vereador Dr. Goulart, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia, conforme deliberado pelo Colégio de Líderes. Em Discussão Geral e Votação, foram votados conjuntamente e aprovados o Projeto de Lei do Legislativo nº 032/06 e os Projetos de Resolução nos 012, 046 e 048/06. Na ocasião, em face da apreciação do Projeto de Resolução nº 048/06, o Vereador Dr. Goulart afastou-se da Presidência dos trabalhos, nos termos do artigo 22 do Regimento. Em Discussão Geral e Votação, foram aprovados o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 004/96 e a Emenda nº 02 a ele aposta. A seguir, foi apregoada a Emenda nº 03, de autoria do Vereador Claudio Sebenelo, Líder da Bancada do PSDB, ao Projeto de Lei do Legislativo nº 244/05 (Processo nº 5126/05). Também, foram apregoadas as seguintes Emendas ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 005/05 (Processo nº 1087/05): de nos 02 e 03, propostas pelo Vereador João Carlos Nedel e assinadas pelo Vereador João Antonio Dib, Líder da Bancada do PP; de n° 04, proposta pelo Vereador João Carlos Nedel e assinada pelo Vereador Bernardino Vendruscolo, Líder da Bancada do PMDB. Ainda, foi aprovado Requerimento de autoria do Vereador Bernardino Vendruscolo, solicitando que as Emendas nos 01, 02 e 03, apostas ao Projeto de Lei do Legislativo nº 244/05, fossem dispensadas do envio à apreciação de Comissões Permanentes. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei do Legislativo nº 244/05, o qual teve sua discussão adiada por uma Sessão, a Requerimento, aprovado, de autoria do Vereador Haroldo de Souza. Após, o Vereador Sebastião Melo formulou Requerimento verbal, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando manifestação da Procuradoria deste Legislativo acerca da legalidade do Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 047/05, tendo o Senhor Presidente, após consulta à Procuradoria, informado que não há óbice legal à tramitação desse Projeto, desde que não haja conflitos entre o disposto no referido Projeto e a legislação federal vigente. Ainda, foram apregoadas as seguintes Emendas ao Substitutivo nº 02, aposto ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 047/05 (Processo nº 0480/05): de nº 01, de autoria do Vereador Raul Carrion, Líder da Bancada do PCdoB, e da Vereadora Manuela d’Ávila; e de nº 02, de autoria do Vereador Bernardino Vendruscolo, Líder da Bancada do PMDB. Em Discussão Geral e Votação, foi rejeitado o Substitutivo nº 01, aposto ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 047/05. Foi aprovado o Substitutivo nº 02, aposto ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 047/05, com ressalva das Emendas a ele apostas, considerando-se prejudicado o Projeto original, por vinte e três votos SIM, um voto NÃO e uma ABSTENÇÃO, em votação nominal solicitada pelo Vereador Professor Garcia, após ser discutido pelos Vereadores Margarete Moraes, Claudio Sebenelo, Carlos Todeschini, Professor Garcia, Sofia Cavedon, Manuela d'Ávila, Haroldo de Souza, Bernardino Vendruscolo, Raul Carrion, Valdir Caetano, Cassiá Carpes, Ervino Besson e Aldacir Oliboni, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Cassiá Carpes, Claudio Sebenelo, Elias Vidal, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Manuela d'Ávila, Margarete Moraes, Maria Celeste, Mario Fraga, Maristela Maffei, Maristela Meneghetti, Raul Carrion, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Valdir Caetano, Não o Vereador Professor Garcia e optado pela Abstenção o Vereador João Antonio Dib. Foi rejeitada a Emenda nº 01, aposta ao Substitutivo nº 02 ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 047/05, por sete votos SIM e dezoito votos NÃO, em votação nominal solicitada pelo Vereador Cassiá Carpes, tendo votado Sim os Vereadores Carlos Comassetto, Manuela d'Ávila, Maria Celeste, Maristela Meneghetti, Raul Carrion, Sebastião Melo e Sofia Cavedon e Não os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Carlos Todeschini, Cassiá Carpes, Claudio Sebenelo, Elias Vidal, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Margarete Moraes, Mario Fraga, Maristela Maffei, Professor Garcia e Valdir Caetano. Foi votada destacadamente e rejeitada a Emenda nº 02, aposta Substitutivo nº 02 ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 047/05, por sete votos SIM, dezessete votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, após ser encaminhada à votação pelos Vereadores Bernardino Vendruscolo, Cassiá Carpes e Valdir Caetano, em votação nominal solicitada pelo Vereador Professor Garcia, tendo votado Sim os Vereadores Alceu Brasinha, Bernardino Vendruscolo, Ervino Besson, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Mario Fraga, Maristela Meneghetti, Não os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Carlos Todeschini, Cassiá Carpes, Claudio Sebenelo, Elias Vidal, Haroldo de Souza, José Ismael Heinen, Manuela d'Ávila, Margarete Moraes, Maria Celeste, Maristela Maffei, Professor Garcia, Raul Carrion, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Valdir Caetano e optado pela Abstenção o Vereador João Antonio Dib. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 035/04, após ser discutido pelo Vereador Adeli Sell e pela Vereadora Clênia Maranhão. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei do Legislativo nº 016/05, o qual deixou de ser apreciado, em face da inexistência de quórum. Às dezoito horas e quarenta minutos, constatada a inexistência de quórum, em verificação solicitada pela Vereadora Clênia Maranhão e pelo Vereador Mario Fraga, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Dr. Goulart, Luiz Braz e Valdir Caetano e secretariados pelo Vereador Haroldo de Souza. Do que eu, Haroldo de Souza, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Dr.Goulart - 15h11min): Estão abertos os trabalhos da presente Sessão Extraordinária.

Apregoamos o Memorando n.° 147/2006 (Lê.): “Informamos que a Verª Clênia Maranhão estará representando a Câmara Municipal de Porto Alegre no lançamento da Campanha do Agasalho 2006, a realizar-se no dia 17 de maio de 2006, às 14h, no Salão Negrinho do Pastoreio do Palácio Piratini, em Porto Alegre.”

Também comunicamos que nos visita o Líder do PSDB e membro do Diretório Estadual do seu Partido, vindo de São Borja, Sr. Paulo Fernando, a quem saudamos. (Palmas.)

Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

SUBSTITUTIVO N. 01, de autoria da Ver.ª Sofia Cavedon, que modifica a redação da alínea “f” do § 3º do art. 94 da Resolução n. 1.178, de 16 de julho de 1992, e alterações posteriores (Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre), admitido dois requerimentos de cada espécie, por proposição, em cada sessão, ao PROC. N. 3677/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 110/05, de autoria do Ver. Ibsen Pinheiro. Com Emenda n. 01 ao Projeto.

 

PROC. N. 1672/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 063/06, de autoria do Ver. José Ismael Heinen, que inclui a competição de bocha denominada Torneio 7 de Setembro, realizada anualmente pelo Ipanema Tênis Clube, na Programação Oficial da Semana da Pátria. Com Emenda n. 01.

 

PROC. N. 1743/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 067/06, de autoria do Ver. Maurício Dziedricki, que estabelece espaços para entidades beneficentes de atendimento a pessoas carentes nas feiras municipais de incentivo ao lazer, cultura, pequeno comércio e turismo e revoga a Lei n. 7.777, de 1º de abril de 1996.

 

PROC. N. 1744/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 068/06, de autoria do Ver. Maurício Dziedricki, que institui o Programa de Reutilização de Pneumáticos Inservíveis.

 

PROC. N. 2200/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 089/06, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Jose Hilario Retamozo o logradouro público não-cadastrado, conhecido como Rua 1945 - Loteamento Wenceslau Fontoura, localizado no Bairro Mário Quintana.

 

PROC. N. 2472/06 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 073/06, de autoria da Mesa Diretora, que revoga a Resolução n. 1.547, de 08 de junho de 2001, que estabelece proporção sobre a totalidade de papel usado nos expedientes da Câmara Municipal de Porto Alegre, entre as quantidades dos tipos não-clareado e clareado com cloro.

 

3ª SESSÃO

 

PROC. N. 1448/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 059/04, de autoria do Ver. Beto Moesch, que declara de utilidade pública o Centro de Educação Ambiental – CEA.

 

PROC. N. 1756/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 069/06, de autoria do Ver. Maurício Dziedricki, que institui o Programa de Destinação Sociocultural dos Espaços Ociosos sob os Viadutos.

 

PROC. N. 2019/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 080/06, de autoria do Ver. Almerindo Filho, que institui o Dia Municipal de Conscientização da Hemofilia, a ser comemorado no dia 17 de abril de cada ano.

 

PROC. N. 2020/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 081/06, de autoria do Ver. Almerindo Filho, que altera o § 1º do art. 1º da Lei n. 6.442, de 11 de setembro de 1989, e alterações posteriores, incluindo os hemofílicos nas isenções do pagamento das tarifas de transporte coletivo por ônibus.

 

PROC. N. 2194/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 087/06, de autoria do Ver. Claudio Sebenelo, que denomina Av. Alcibíades Martins da Rocha o logradouro público cadastrado, conhecido como Av. 8809 - Loteamento Vivendas Nova Ipanema, localizado no Bairro Hípica.

 

PROC. N. 2199/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 088/06, de autoria do Ver. José Ismael Heinen, que institui o Dia Municipal do Agente de Segurança, a ser comemorado no dia 12 de agosto de cada ano.

 

PROC. N. 2471/06 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 072/06, de autoria da Mesa Diretora, que estabelece política salarial para os funcionários da Câmara Municipal de Porto Alegre e dá outras providências.

 

O SR. PRESIDENTE (Dr.Goulart): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Ver. Dr. Goulart; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, Bancada da Frente Popular, público que nos assiste, em Pauta Projeto que institui o Dia Municipal do Agente de Segurança, a ser comemorado em agosto de cada ano.

Pois bem, nós temos agentes de segurança, policiais, nós temos guardas municipais e nós temos os agentes de segurança de trânsito, da EPTC, que são fundamentais, tão importantes quanto os outros.

Fui procurado, ontem, pelos conhecidos como “azuizinhos”, porque vamos ter a Maratona de Porto Alegre, no próximo domingo, dia 21, e está deflagrada uma greve por esse conjunto de funcionários, fundamentais para preservar a segurança no trânsito. Deflagraram uma greve por não-cumprimento de negociação de acordos feitos com o Secretário da EPTC, Secretário Senna.

Portanto é importante que se discuta isso não como uma questão de dia. Segurança não tem de ter um dia, nem o agente de segurança tem de ter um dia. A segurança hoje é a maior calamidade, é o maior clamor, é a maior aflição, dado o que vimos aqui e em São Paulo, e não quero atribuir responsabilidade à A, B ou C, porque a sociedade precisa ser protegida. E, muito mais do que ações desse tipo, e não quero aqui discordar, nós temos de ter uma atenção sobre os rumos que as coisas estão tomando na Segurança pública como um todo, que é de descontrole e desgoverno absoluto, em particular, inclusive, aqui na Cidade.

Quando eu sou procurado para ser comunicado de que, no dia que nós temos uma maratona municipal na cidade de Porto Alegre, os agentes de segurança do trânsito entram em greve por descontrole, por não-cumprimento de pactos realizados pela Secretaria, isso me preocupa demais, Ver. Luiz Braz, e nós não podemos aceitar isso.

Por isso é que eu estou inclusive aqui fazendo um gancho com este Projeto em Pauta, porque eu acho que não é só o dia 12 de agosto o dia para comemorar, para destacar o agente de segurança. Todos os dias e todas as noites dos 365 dias do ano são dos agentes de segurança. São os agentes as pessoas mais imprescindíveis para realizar a guarda, a segurança, a preservação da integridade da vida das pessoas e do patrimônio público ou privado.

Portanto estejam alerta, e não basta, Ver. Adeli, essas práticas como nós estamos vendo. Foi-nos denunciado que as multas de trânsito dobraram em relação aos anos anteriores. Nós precisamos não de multa, mas de educação, Verª Neuza. Precisamos de mais consciência e precisamos dos agentes presentes em todos os momentos da nossa comunidade.

Quero fazer aqui este registro, porque acho extremamente grave que justamente no dia em que está marcada a nossa grande maratona da cidade de Porto Alegre ser anunciada, para aquele dia 21 de maio próximo, uma greve dos nossos “azuizinhos”.

Quero também fazer aqui um registro em relação ao Projeto que institui o programa de uso de pneumáticos inservíveis para serviço e obras de saneamento. Eu quero dizer que eu já votei contra. Há um parecer meu contra, inclusive tive acompanhamento, na época da CCJ, porque acho que nós podemos estar criando um problema. Quem tem obrigação de reciclar, coletar e destinar os pneumáticos são as empresas que os fabricam. Esse é um dos problemas que mais causa poluição, transtorno e gastos ao Poder Público. Agora o programa quer instituir que o Município assuma isso, Ver. Adeli.

 

O Sr. Adeli Sell: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Há um Projeto, de minha autoria, que, exatamente, propõe que as empresas assumam esse ônus, que é um ônus delas. Então, estou propondo isso no Município; é um Projeto antigo, está rodando em alguma Comissão, portanto se contrapõe, radicalmente, a este Projeto.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Eu lhe agradeço o aparte e lhe dou total razão, porque uma das conseqüências diretas, além dos custos, é de assumir uma obrigação que não é sua, não é do Poder Público Municipal. Pode ser a deposição em local inadequado de pneumáticos que acumulam água, água limpa e que serve de ambiente adequado para a criação e proliferação, especialmente, do Aedes egpti, que é o mosquito da dengue. E nós já temos aqui uma situação, praticamente, de descontrole, pelo que eu estou informado pela Secretaria Municipal da Saúde. E, portanto nós não devemos dar mais chance ao azar e temos que não autorizar este Projeto a prosseguir, porque ele não é um Projeto que venha a apresentar soluções para os problemas da Cidade. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado, Excelência.

O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, a Pauta está enriquecida; a Verª Sofia Cavedon propõe que se admita dois requerimentos de cada espécie, por proposição, em cada sessão. O Ver. Ibsen Pinheiro diz que feito um não pode fazer mais nada. Acho que ele estava correto. A maneira de procrastinar é deixar fazer cinco requerimentos e encaminhar todos, pelas doze Bancadas que nós temos aqui na Casa, e assim nós não terminamos nunca. Acho que a proposição do Ver. Ibsen é sensata e me parece que deva ser mantida, ainda que a Vereadora mostre uma preocupação em torno do problema.

O Ver. José Ismael Heinen quer incluir a competição de bocha denominada Torneio 7 de Setembro na Programação Oficial da Semana da Pátria. Quem faz a Programação Oficial da Semana da Pátria não é a Prefeitura, portanto não cabe lei municipal, a programação é feita pela Liga de Defesa Nacional.

O Ver. Maurício Dziedricki quer estabelecer espaços especiais para entidades beneficentes de atendimento a pessoas carentes nas feiras municipais de incentivo ao lazer, cultura, pequeno comércio e turismo. E, ao fazer essa proposição, o Vereador propõe a revogação da Lei nº 7.777, que cria espaço para portadores de deficiência nas feiras e dá outras providências. Ora, já existe uma lei para pessoas com deficiência física, eu não entendo por que torná-la sem efeito para dar espaço para entidades beneficentes de atendimento a pessoas carentes nas feiras municipais de incentivo, lazer, cultura, pequeno comércio e turismo. Eu não sei onde as duas se chocam, o fato é que os deficientes conquistaram, em 1996, na data de 1º de abril, espero que não seja um “1º de abril” para eles, mas eu acho que não há por que revogar a Lei nº 7.777.

Mas, Sr. Presidente, está hoje na Pauta o Projeto de Resolução da Mesa da Casa, em 3º Sessão de Pauta, que estabelece a política salarial para os funcionários da Câmara Municipal de Porto Alegre e dá outras providências. Os Vereadores parecem estar muito interessados e até Emendas já existem. O que me faz pensar por que o Executivo não fez a mesma coisa? Por que nós temos que ler nos jornais que o Sr. Presidente do Sindicato dos “azuizinhos”, o Sr. Marcelino Pogozelski, anuncia que no dia 21 vai fazer uma greve dos “azuizinhos”, quando nós vamos ter uma maratona internacional. Isso não é contra o Presidente da EPTC ou o Secretário de Transporte ou de Mobilidade Urbana, lá sei eu como se chama, não é contra ele que eles vão fazer a greve, eles vão fazer a greve contra o povo de Porto Alegre e contra a cidade de Porto Alegre. Se o Executivo tivesse anunciado quanto é que está fazendo de reposição salarial neste mês de maio - o Sr. Pogozelski diz que é 19%, mas não há; na verdade, no ano passado, o IGP-M foi 1,26%, os municipários ganharam 2,42%, depois, mais 2,09%, e, agora, em maio, ele tem de fazer a reposição do IPCA, como foi definido aqui -, o Prefeito, com o seu Secretário, já deveria ter anunciado, para que o Sr. Pogozelski não fizesse essa barbaridade de anunciar que vai fazer uma greve num dia em que a Cidade será projetada internacionalmente. Ele não vai fazer contra o Secretário, nem contra o Prefeito; ele vai fazer contra nós, cidadãos desta Cidade que amamos tanto, ele vai fazer em benefício próprio.

O que eu acho que há de problema no comando dos “azuizinhos” é que a escolaridade deles é mais do que aquela necessária para ser “azulzinho”. Então, eles não se conformam e presidem o Sindicato fazendo aqui freqüentes tribunas populares, sempre contra a Administração, escrevendo contra a Administração. E eu não entendo que o Sindicato sirva só para ser contrário à Administração. Algumas medidas propostas pelo tal de Sindicato deveriam ser incrementadas por eles mesmos. É obrigação e dever do servidor municipal fazer a sua contribuição para que os serviços melhorem, e parece que eles não têm essa preocupação.

Portanto eu lastimo que o Executivo não tenha feito a mesma coisa que a Mesa da Câmara Municipal, que já está encaminhando providências no sentido de que os servidores saibam o quanto receberão de reposição salarial no final deste mês de maio. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. Professor Garcia está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, há vários Projetos, mas vou me deter em três especificamente. O primeiro, do Ver. Maurício Dziedricki, que estabelece espaços para entidades beneficentes de atendimento a pessoas carentes nas feiras municipais. O Vereador, na sua Exposição de Motivos, coloca (Lê.): “...buscando incentivar o trabalho realizado dentro das entidades beneficentes, vem propor a destinação de vagas específicas dentro das feiras realizadas neste Município reservadas aos membros das entidades carentes, para que esses possam expor também os seu trabalhos...”

E define, no parágrafo único do Projeto, o que são pessoas carentes (Lê.): “Para efeito desta Lei, serão consideradas entidades beneficentes de atendimento a pessoas carentes aquelas que atenderem a crianças, jovens, adultos e idosos, em caráter caritativo e que atuem no sentido de: I - proteger a família, a maternidade...; III - promover ações de prevenção, reabilitação...; IV – promover, gratuitamente, assistência educacional...; e V - promover a integração ao mercado de trabalho”. É um Projeto meritório, mas, ao mesmo tempo, fazendo uma leitura da nossa sociedade, pergunto: quem não é carente? Deixo esse questionamento para que, como este Projeto recém está no período de Pauta, nós possamos fazer uma discussão maior, porque, quando diz que atende a crianças, jovens, adultos e idosos, o Projeto está sendo estendido à população como um todo. Carentes? Quem não é carente, Ver. Braz? Então, para uma avaliação mais profunda.

O segundo Projeto é um Projeto da Mesa que estabelece proporção sobre a totalidade de papel usado nos expedientes da Câmara Municipal entre as quantidades dos tipos não-clareado e clareado com cloro. Lembro-me que esse Projeto foi aprovado já há bastante tempo aqui nesta Casa. Sabemos da dificuldade, inclusive, do manuseio daquele papel, mas foi uma tentativa - lembro-me bem - de uma questão e de uma visão altamente ecológica. Lembro-me de que foi dito, na oportunidade, que, para cada resma de papel utilizada, provavelmente algumas árvores poderiam não ser derrubadas.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Professor Garcia, volto ao Projeto que V. Exª analisou anteriormente: eu não vejo por que e nem onde se enquadra, dentro desse Projeto, já que não há incompatibilização de uma coisa com a outra, anular a Lei nº 7.777, que trata de deficientes físicos.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Vossa Excelência já está avançando em relação à minha fala. Mas eu volto, ainda, a essa questão dos papéis não-clareados e clareados com cloro. Essa é uma discussão que nós teremos de fazer, porque eu acho que, para esta Casa, fica uma situação muito complicada, pois, se nós pensamos tanto em ecologia, todas as nossas atividades aqui não serão nesse sentido - embora esteja fazendo a ressalva de que eu sei das dificuldades do preço desse material e do próprio manuseio.

E, por último, eu quero parabenizar a Mesa por definir uma política salarial para os funcionários da Câmara Municipal. Sabemos das dificuldades no ano passado - as próprias alterações, quando houve o fim da bimestralidade, bimestralidade essa que já não era paga há quarenta e oito meses; a troca do índice, o IGP-M pelo IPCA -, mas já houve um avanço. O importante é o estabelecimento de uma regra clara. Sei também que, hoje, ingressou uma Emenda com assinaturas da quase totalidade das Bancadas, com exceção de uma, colocando também a questão do vale-alimentação, no sentido de que o aumento possa ser na mesma proporção, e respeitando o princípio da anuidade, ou seja, o mês de maio. Quer dizer, se a reposição salarial for de 5%, que seja também para o vale-alimentação na mesma proporção. Sei que isso foi discutido com os funcionários, eles concordaram - pelo menos a grande maioria -, e apenas uma Bancada não foi solidária.

Então eu queria fazer, de público, o registro desses três Projetos, porque, como estão em período de Pauta, nós ainda temos uma longa discussão pela frente. Obrigado, Sr. Presidente.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado.

O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Dr. Goulart; colegas Vereadores, Vereadoras, público que nos assiste, senhores e senhoras ouvintes, quero fazer comentários aqui sobre dois Projetos: um Projeto de Resolução da Mesa que revoga a Resolução que definia cotas para compras de papéis clorados e não-clorados, ou branqueados e não-branqueados. Eu gostaria de poder discutir mais com a Casa e com a Mesa e não fazer uma análise simplesmente pela lógica do mercado, ou pela lógica do preço. Eu creio que nós abrirmos mão da política ambientalmente correta na fabricação de papéis... E esta Casa deu o exemplo, consumindo papel reciclado e/ou não utilizando produtos químicos altamente contaminantes. Isso é uma postura avançada.

Nós protocolamos na Casa, já passou por esta Pauta, projetos de lei tornando Porto Alegre Cidade Amiga da Amazônia, e o Município, através do Executivo Federal, aderiu a esse programa nacional, coordenado pelo Greenpeace, que pretende fiscalizar o consumo de madeiras, principalmente madeiras ilegais, originárias das florestas brasileiras. Este Projeto, ao revogar esta Resolução, no nosso entendimento, vem na contramão da política ambiental que perseguimos e insistimos - e buscamos que as empresas avancem na tecnologia. Nós não podemos, Sr. Presidente, deixar que uma medida burocrático-administrativa, pelas dificuldades que possa encontrar, se sobreponha a uma política de conceito. E quero, desde já, em nome do meu Partido, e com os demais colegas, nos colocar à disposição, para demonstrar que existe não só indústria como mercado que fornece esse tipo de papel, para que nós possamos consumir na Casa, que é o papel ecologicamente correto. Portanto, em princípio, quero dizer que sou contra este Projeto de Resolução. Mas queremos discutir mais.

O segundo Projeto que quero comentar, aqui, é de autoria do Ver. José Ismael Heinen, que institui o Dia Municipal do Agente de Segurança, a ser comemorado no dia 12 de agosto de cada ano. Nesse sentido - eu estava ouvindo atentamente as críticas do Ver. João Antonio Dib à liderança dos guardas municipais de trânsito -, quero trazer, aqui, alguns elementos para o contraponto, porque, se nós estamos nos propondo a discutir, a formar o Dia Municipal do Agente de Segurança... E recorri ao Boletim do Ver. Adeli Sell, que recebi hoje, que traz dados atualizados e diz o seguinte (Lê.): “Só em 2005, a EPTC teve um prejuízo de R$ 9.500,000”, devido à sua atuação de gestão, ou de má-gestão, como queiram fazer a leitura, e as multas de trânsito aumentaram em 40% de 2004 para 2005. Quem faz isso? São os agentes de segurança. E eu não vejo mais, aqui, os colegas do Partido “dos ‘pardais’ em alerta” estarem lá na rua fazendo essa discussão.

Também quero dizer que os CCs – Cargos em Comissão - na EPTC aumentaram de 36 para 64. Isso quer dizer que há uma nova casta salarial que não são os agentes de segurança funcionários, mas CCs.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Vereador Comassetto, eu acho que a fiscalização, V. Exª tem razão, não é para punir, é para orientar. No entanto, é importante saber que o número de fiscais, os “azuizinhos” assim chamados, aumentou bastante. E, se aumentou mais, é certo que a frota que comete infrações o dia inteiro aqui, nós estamos acostumados a ver... eles estão punindo mais gente! Não é produção só. Agora, eu acho que tinha que haver orientação e educação para o trânsito.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Para concluir, Sr. Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Ver. João Dib, eu gosto de debater com o senhor inclusive para lhe mostrar as contradições. O senhor era um dos maiores críticos da Administração Popular, quando dizia que ela era a “empresa da multa”, e a oposição fazia isso. Agora que a EPTC aumentou em 40% as multas, a situação encontra justificativa. Mas quero continuar o debate sobre este tema. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado. O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir a Pauta, por cedência de tempo do Ver. Ervino Besson.

 

(O Ver. Luiz Braz assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente dos trabalhos, Ver. Luiz Braz, que ora assume a presidência da Mesa, estamos no período de Pauta, e está em Pauta um Projeto do Ver. Maurício Dziedricki que estabelece espaços para entidades beneficentes de atendimento a pessoas carentes nas feiras municipais de incentivo ao lazer, cultura, pequeno comércio e turismo. Eu só preciso saber que lei é essa que ele está revogando.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) O Ver. Maurício está revogando a Lei n.º 7.777, de 1.º de abril de 1996, que concede locais a deficientes físicos nas feiras, para poderem trabalhar e sobreviver.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Pois é, aí já complica, porque os deficientes físicos, hoje, têm os seus espaços. Há o espaço para os cegos lá na Feira junto ao Mercado Público; há outros espaços, e o Projeto está concedendo, pelo esquema aqui, espaços somente a entidades beneficentes. Então, eu acho que nós precisamos analisar o assunto com detalhe, porque não adiante beneficiar uns e prejudicar outros. Nós temos que atender ao bem-comum - e isso é muito importante.

Também há um Projeto de minha autoria que denomina uma rua de José Hilário Retamozo - um grande poeta, tradicionalista, que deu grande contribuição para a cultura do nosso Estado. Eu conheci o José Hilário lá na cidade de São Luiz Gonzaga. E eu me recordo que ele fez o Hino do Centenário da minha cidade, São Luiz Gonzaga. Portanto nada mais justo do que esta homenagem no sentido de denominar um logradouro público com o nome de José Hilário Retamozo. E eu tenho certeza de que o tradicionalista Ver. Elói Guimarães concorda que seja denominada uma rua com este nome. Tenho certeza, inclusive, de que ele era seu amigo pessoal.

 

O Sr. Elói Guimarães: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Se V. Exª me permitir, gostaria de registrar que se trata de um dos melhores vates da literatura chucra do Rio Grande.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Parabéns, então, Vereador. Muito obrigado.

Também existe um Projeto de Resolução da Câmara de Vereadores, da Mesa Diretora, que altera a proporcionalidade do papel clorado e não-clorado, clareado – com cloro - e não-clareado, para uso desta Casa. É importante que tenhamos esses assuntos, mas o importante também é que se reduzam custos e se reduza o consumo de papel nesta Casa - o Ver. Adeli Sell sempre luta para que isso aconteça. É importante que tenhamos também no foco do nosso objetivo reduzir custos para que a Câmara não seja tão onerosa à sociedade. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Muito obrigado, Ver. João Carlos Nedel. Agradeço também ao Ver. Luiz Braz, Vice-Presidente, por ter me substituído, enquanto recebia em meu gabinete as nossas amigas do Lar Santo Antônio dos Excepcionais. Anuncio aos Vereadores que, em breve, elas visitarão os seus gabinetes, levando os pleitos e as histórias de necessidade de parceria com o Lar Santo Antônio dos Excepcionais, e eu espero que os Vereadores possam acolhê-las. Neste momento, anuncio ao Plenário o aniversário do nosso querido Ver. Elói Guimarães, e, em sua homenagem, solicito uma grande salva de palmas. Venha receber o seu cartão da mão do Presidente, Ver. Elói Guimarães. (Palmas.)

Estamos comemorando o aniversário do nosso prezado Vereador, líder trabalhista, Elói Guimarães, que vem até a mesa receber o cartãozinho, como lembrança deste momento importante.

A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Ver. Dr. Goulart; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, trago para o nosso debate um tema que é da nossa Cidade e deve ser da preocupação de cada um dos Vereadores e cidadãos e cidadãs desta Cidade, porque diz respeito a, nada mais nada menos, toda a limpeza da cidade de Porto Alegre, toda a coleta e destinação do lixo da cidade de Porto Alegre, toda a capina das ruas, parques e praças da cidade de Porto Alegre. Na sexta-feira, 12, foi tornado público o edital de concorrência pública para a contratação de empresas terceirizadas para dar conta de quase toda a operação de limpeza, capina, coleta e destinação do lixo da cidade de Porto Alegre. Nós vínhamos levantando este tema, e o Governo dizendo que estava fazendo audiências públicas. Nós questionamos o horário das audiências e também o perfil que elas tiveram de comunicação e apresentação, mas, principalmente, as decisões já tomadas por esta Prefeitura e traduzidas agora neste edital são decisões sobre as quais eu pergunto: quem participou delas?

Em primeiro lugar, dados que temos das cidades que optaram pelo sistema totalmente terceirizado nos dizem que o custo de um sistema totalmente terceirizado nessa área é muito maior do que o sistema misto que era o sistema mantido na cidade de Porto Alegre, com uma parte dos serviços contratados para terceiros realizarem e uma parte realizada pelos próprios funcionários desta Cidade.

A cidade de Porto Alegre está migrando para a opção de “totalmente terceirizada”, significando uma opção de ampliação de comprometimento do Orçamento da Prefeitura, que era de 5% do Orçamento, para, Ver. Sebastião Melo, entre 8% e 10%, porque é esse o custo das experiências de cidades que têm o serviço totalmente terceirizado. Então, é importante a ampliação de custos no processo. Primeiro quero falar do desmonte e depois dizer o que está previsto de custos. Nós tivemos, desde a assunção do Governo Fogaça, uma desarticulação dos serviços feitos por funcionários próprios da Prefeitura. A cidade de Porto Alegre realizava com seus funcionários toda a coleta seletiva; toda a manutenção das unidades de compostagem; todo o gerenciamento e manutenção dos aterros sanitários, inclusive o de Gravataí, o Aterro Santa Tecla; toda a coleta especial dos resíduos de saúde, dos resíduos para suinocultura; mantinha também varrição mecanizada; os serviços de manutenção de toda frota do DMLU, 200 funcionários faziam essa manutenção, além de dividir, em áreas difíceis, a varrição e a coleta domiciliar, principalmente nas vilas populares onde as ruas são mais estreitas, onde têm que se construir uma relação com os cidadãos, programas como o Bota-Fora, que é uma relação, além da pura coleta, educativa; construir programas educativos.

No ano passado, nós ouvimos, várias vezes, aqui, o discurso de um DMLU obsoleto, de funcionários que não trabalhavam, e nós tivemos, paralelo a esse discurso, a retirada de horas extras dos funcionários municipais e a progressiva substituição desses funcionários por serviços terceirizados.

A Bancada do Partido dos Trabalhadores está fazendo algumas perguntas ao DMLU, porque nós já vimos que a Cootravipa tinha um contrato de coleta e limpeza em toda a Cidade. Hoje, estamos vendo – vi, ao sair da minha casa –, que a Cores está atuando. Queremos saber se a Cootravipa reduziu o seu contrato, por que reduziu, qual é o formato de contratação da Cores e em que valores, e por que essa medida? Esse é um elemento. Disseram que todas essas ações que foram feitas pela Prefeitura por funcionários municipais, muitos deles já afastados por perda de horas extras, outros simplesmente afastados de funções técnicas de excelência e de difícil substituição, como, por exemplo, o gerenciamento do Aterro Santa Tecla de Gravataí, que era muito mais em conta do que o atual carregamento para Minas do Leão, que fica a 200 quilômetros, arredondando, que é muito mais caro. No jornal, informava que isso havia uma justificativa, havia uma liminar. Mas como que Gravataí – Ver. Sebastião Melo -, Esteio e Cachoeirinha seguem usando aterro, e Porto Alegre não pode mais, judicialmente, utilizar?! Qual é a explicação? Quem tomou essa decisão? Porque, pelos valores, Ver. Sebastião Melo – falo a V. Exª, porque esse é um tema que V. Exª acompanha -, 405 milhões de reais estão previstos, para um contrato de cinco anos, para a realização de todas as funções, com exceção do aterro, do aterramento do lixo, que isso dá um milhão/mês a mais; mas só esse valor aqui, mais um milhão do aterramento e mais uns 300 mil que é da Cootravipa, dá em torno de oito milhões/mês, terceirizado os serviços, enquanto a Prefeitura, na Administração Popular, gastava quatro milhões com serviço terceirizado, significando exatamente o dobro do custo para os mesmos serviços, para a Prefeitura de Porto Alegre, pela mudança, pela escolha feita para migrar para um sistema totalmente terceirizado. Ora, o dobro no terceirizado, mais o custo dos funcionários - os funcionários não foram eliminados, ainda bem, da Prefeitura, eles tiveram a redução de horas extras -, com horas extras é de 3,5 milhões de reais. Na redução das horas extras, deve ter-se reduzido 500 mil reais, portanto permanece, na Prefeitura, um custo de três milhões de reais, que é dos funcionários, funcionários de carreira que realizavam serviços de excelência, muitos deles, uma área das mais bem conceituadas no período da Administração Popular. Então, se acrescente esse custo que permanece na Prefeitura: 11 milhões de reais. Quem pagará essa conta? De que área será diminuída o custo a mais dos recursos gastos na limpeza urbana? Que decisão é essa, Ver. Dib? Quem participou, na cidade de Porto Alegre, de uma decisão que foi construída e legitimada em cima de um discurso falso, produzida pela própria Prefeitura a desarticulação dos serviços e dos funcionários?

Senhores, é grave o que está acontecendo. Nós vamos, a partir de agora, nos debruçarmos com mais vagar sobre essa nova mudança: privatização chegando na Prefeitura de Porto Alegre, também nessa área.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado, Vereadora.

O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, a Professora e Vereadora, Sofia Cavedon, fala contra o Departamento Municipal de Limpeza Urbana e fala em terceirização. Eu não vou fazer a defesa do Departamento Municipal de Limpeza Urbana, mas eu vou lembrar que o Departamento de Limpeza Urbana terceirizou os serviços desde que o PT assumiu a Prefeitura. E devo lembrar, também, que a lei municipal proibia a terceirização. Apenas uns quinze anos depois é que eles pediram que a lei fosse derrogada. Enquanto isso, todo esse tempo, eles usaram a terceirização da melhor maneira possível. Fizeram coisas que não competia ao Departamento de Limpeza Urbana, como, por exemplo, estudar o motor de explosão; Departamento que não é auto-suficiente estudando matéria que não lhe compete: motor de explosão, ou o forno de incineração de lixo hospitalar, recolheram o dinheiro das entidades hospitalares e não instalaram o forno e, agora, o Prefeito Fogaça vai ter de pagar importâncias vultosas, porque eles não fizeram o que tinham de fazer!

Mas eu não queria, neste momento, falar sobre limpeza pública; eu quero dizer da minha preocupação com a legislação. Eu tenho dito aqui, repetidas vezes, que lei deve ser clara, precisa, concisa e, sobretudo, respeitada, mas não se respeita uma lei que não seja precisa e clara. Mas eu tenho uma outra preocupação: é difícil legislar bem sob tensão, sob pressão. E este Congresso Nacional falido, mau, incompetente, agora que deu o problema em São Paulo, vão ser votados blocos de leis, apreciadas com aquela urgência que eles nunca tiveram. E, de repente, em vez de fazer uma boa lei, farão uma má lei. Lei não se faz sob pressão, sob tensão, porque o raciocínio das pessoas se altera, são humanos, são criaturas humanas, eles não são diferentes de ninguém! Vão querer, com a pressa, sem maiores estudos, sem maior profundidade, recuperar anos e anos perdidos de projetos que estavam em gavetas, sem saber exatamente o que está acontecendo.

Portanto eu fico preocupado, quando este Congresso, que tem denúncias de toda a sorte, vai fazer, aceleradamente, leis para proteger a população. Eu acho até que a Assembléia Legislativa é muito mais inteligente – a nossa, do Rio Grande do Sul -, está fazendo uma Comissão para verificar o que pode ser feito para chegar à proibição total - não sei exatamente o termo usado pelo Prefeito de Nova Iorque, Rudolph Giulliani -, à “tolerância zero”! Para chegar até nisso, vai fazer um estudo, não vai simplesmente, agora, neste momento, legislar em cima de um assunto que impressiona todo o povo brasileiro. Portanto a minha dúvida, a minha tristeza com essa pressa que, de repente, é muito mais eleitoreira do que uma pressa no sentido de resolver o problema que é muito sério. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Muito obrigado, Ver. João Antonio Dib.

O Ver. Elói Guimarães, nosso aniversariante do dia, está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Prezado Presidente, Ver. Dr. Goulart; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, as nossas divergências partidárias - e nem poderia ser diferente, porque a democracia pressupõe o contraditório, pressupõe a diversidade -, a meu juízo, devem estar encartadas numa órbita. Acontecimentos que ultrapassem essa órbita devem nos unir, evidentemente, porque todos, com algumas diferenças, temos o mesmo juízo ou o mesmo pensamento do bem e do mal, todos. Quero trazer à discussão esses acontecimentos que vêm impactando a Nação, quando gangues, de dentro dos presídios, comandam atentados à vida das pessoas, ao sistema de transportes, ao patrimônio. Então, a sociedade e os Partidos políticos têm que se unir, porque os Partidos políticos têm papéis relevantíssimos na ordem democrática, os Partidos políticos têm um peso significativo, embora possamos admitir a fragilidade dos Partidos políticos, a crise dos Partidos políticos, eles têm um papel relevantíssimo no encaminhamento de questões que dizem respeito ao interesse comum da Nação.

Então, quando nós vemos todo esse quadro dantesco a que assistimos desde a sexta-feira passada, no meu entender, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, mantidas as nossas divergências na órbita das diferenças, nós temos que nos unir. Aquelas pessoas que defendem o bem têm que estar unidas, sob pena de a sociedade, a Nação soçobrar à insânia do crime, da delinqüência, da desagregação social, e por aí se vai.

Então essa é a visão que eu tenho, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, desse processo que se desenvolve, porque, a meu juízo, a questão ideológica poderia até acontecer, mas eu acho que a sociedade está diante do crime comum, da ação que instrumentaliza o crime comum. Isso nos une, tem que nos unir. Mantenhamos as nossas divergências dentro da órbita da democracia, porque isso faz parte, agora esses acontecimentos que vêm ocorrendo no País e que poderão nos levar à própria sucumbência - poderemos sucumbir diante desse quadro de violência - têm que nos unir. Temos que - todos nós e os nossos Partidos - nos colocar contra esses acontecimentos, esses comandos da delinqüência que enlutam a Nação, que fazem pessoas ficarem viúvas e viúvos, que deixam crianças órfãs, que impedem o desenvolvimento do País.

Vejam que nós temos em Porto Alegre, e apenas para citar Porto Alegre, poderíamos citar diferentes Municípios em Estados da Federação, onde setores não podem trabalhar. Eu conheço locais - e todos conhecemos, estou dizendo o óbvio -, áreas da Cidade onde não se abre um armazém, um açougue, um isso ou um aquilo, porque os assaltos se tornaram ali sistemáticos. Eu citaria a Av. Sertório, uma determinada área da Av. Sertório, uma área economicamente importante: ali, uma padaria que funcionava muito bem, não pode mais funcionar, embora os proprietários entenderem de reabrir, mas não se consegue mais trabalhar ali. Com isso, o que está acontecendo? Está acontecendo desemprego, e não se recolhem tributos.

Então eu acho que essas questões transcendentais devem nos unir. Os Partidos políticos, a sociedade civil, as pessoas de bem têm de estar unidos, senão vamos perder essa guerra. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Ver. Humberto Goulart, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, eu achei excepcional a fala da Verª Sofia Cavedon, Líder da Bancada do PT, porque nos possibilita discutir um pouco mais essa matéria, que é o lixo da cidade de Porto Alegre. Quero dizer, Ver. Braz, que, na minha avaliação, Porto Alegre, na área da coleta e destino final do lixo, está muito aquém de outras cidades. Nós precisamos qualificar enormemente esse serviço na Cidade.

Primeiro, eu quero dizer à Verª Sofia Cavedon que na gestão do PT se fez, na minha avaliação, aquilo que eu chamo de lixão criminoso lá no Lami e que, graças a Deus, a gente conseguiu fechar.

Depois se fez um consórcio com o Município de Porto Alegre, Cachoeirinha, Gravataí, Esteio, chamado Aterro Santa Tecla, que hoje está esgotado, que não tem mais capacidade de ser o destino final do lixo de Porto Alegre. Por isso não está mais indo lixo para lá, Verª Sofia.

E quero lembrar a V. Exª - que é de boa memória, uma grande professora -, de que o seu colega de Partido, o Sr. Darci Barnech Campani, fez uma licitação, uma ficto licitação, ele foi lá e só tinha uma empresa, que é essa empresa SIL, que pode recolher lixo, e ele teve a coragem de fazer uma licitação! Mas eles sabiam que só tinha uma empresa – só tinha uma empresa autorizada. Então a história tem dois lados.

Vamos voltar ao tema: o Prefeito lança uma licitação, fez oito diálogos com a Cidade. E, pelo que eu saiba, a Verª Sofia não esteve em nenhum deles; eu fui a dois, apenas. Depois fez uma Audiência Pública - também eu não a vi lá -, que saiu no jornal, na rádio. Todos que quisessem participar dessa Audiência Pública poderiam participar. E aí se lança uma licitação, Ver. Elói, que tem alguns eixos importantes a destacar.

Primeiro: nós temos hoje 14 unidades de triagem, Ver. Sebenelo, e nós vamos subir enormemente com essa licitação, regionalizando a triagem. E é importante dizer que 80% do lixo reciclado desta Cidade, Ver. Braz, estão em dez bairros, apenas: Centro da Cidade, Moinhos de Vento, Praia de Belas, Santa Cecília... Eu não posso hoje ter o transbordo na Lomba do Pinheiro. Vejam a insanidade administrativa: o lixo é recolhido no Centro da Cidade, anda 30 quilômetros para ir ao transbordo lá na Lomba do Pinheiro, na Parada 4, e aí voltam de novo com o lixo para ir para Minas do Leão. Mas isso era o que acontecia há 16 anos! Eu e V. Exª – e V. Exª foi para a Justiça, eu não sei se assinei o mandado de segurança, Ver. Braz –, nós não somos contra a “conteinerização”; pelo contrário, nós viemos a esta tribuna dizer isso ao Sr. Dutra, na época em que ele queria fazer isso, só que ele não podia fazer, quando faltavam quatro meses para terminar o mandato do João Verle! Nunca fomos contra! E essa licitação quer fazer uma experiência de “conteinerizar” o lixo, ou seja, não vai mais permitir que determinados bairros botem o lixo na caixinha, mas que tenham contêiner, o sujeito anda cem metros, duzentos metros, pode botar o lixo, e, de dois em dois dias, vem um caminhão, inça aquele contêiner, leva o lixo e depois de alguns dias lava o contêiner.

Hoje o DMLU tem 15 serviços na Cidade, com essa licitação vai passar para 19 serviços, ou seja, para o cidadão lá da ponta, meu caro Ver. João Dib – V. Exª, que foi Prefeito desta Cidade -, a Prefeitura é una, indivisível. Ele não quer saber se é o DMLU, se é a Secretaria do Esporte; ele quer saber se a praça está limpa. Pois hoje o que acontece? Se eu quero limpar uma praça, eu tenho que ir para a SMAM; se eu quero limpar um campo de futebol, eu tenho que ir para a Secretaria do Esporte; se eu quero limpar o riacho Ipiranga, eu tenho que ir para o DEP.

 

(Aparte anti-regimental da Verª Sofia Cavedon.)

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Mas é disso que trata a licitação! E quero dizer a V. Exª ...

(Aparte anti-regimental da Verª Sofia Cavedon.)

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Vossa Excelência parece que está conversando com quem não conhece esta matéria. Se há uma matéria que eu conheço, com profundidade, é esta, Verª Sofia. Sabe quanto é que, na sua Gestão, se gastava com terceirizados e com contratos emergenciais? Um parceiro seu foi condenado a devolver um milhão e vai ter que pagar agora. Um milhão de reais! Oitenta e cinco por cento dos contratos do DMLU são terceirizados desde a Gestão do PT! E V. Exª vem dizer que agora vão terceirizar? Continuam terceirizados, porque terceirizados estavam!

 

(Aparte anti-regimental da Verª Sofia Cavedon.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Liderança, queridos! Liderança, queridos Vereadores! Sem apartes, Excelências!

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Vossa Excelência está falando da Cores, aquela empresa que patrocinou o Prefeito Tarso Genro? Aquela que deu 250 mil em quatro parcelas? Ah, aquela empresa! Ah, bom, V. Exª conhece bem aquela empresa. Aquela que deu, também, em pessoa física, para o Sr. Darci Campani, alguns recursos? Ah, V. Exª conhece bem essa matéria! Eu acho que quem deve explicações sobre a empresa Cores não é a Gestão atual. Eu acho que quem tem um déficit enorme de explicações sobre a Cores é a Administração do PT!

Eu quero dizer o seguinte, eu quero propor, Sr. Presidente... Eu não tenho procuração, porque ele não...

 

(Aparte anti-regimental da Verª Margarete Moraes.)

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Não, mas eu quero falar disso! Eu não tenho procuração do Diretor-Geral, mas eu acho que seria muito bom se a Casa o convidasse, se for entendimento da Líder do PT. Eu acho que, com o maior prazer, ele virá a este Plenário, virá a uma Reunião Conjunta de Comissões, ou, se V. Exª quiser, virá a uma Audiência Pública para a Bancada do PT, não tem problema também!

 

(Manifestações no Plenário. (Palmas.)

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Correto? Porque este Governo tem transparência, tranqüilidade nas questões. Fique tranqüila. Eu acho que V. Exª não foi feliz em tocar nessa matéria de lixo, porque o PT não vai bem nessa matéria de lixo, não é? V. Exª não foi feliz ao entrar nessa matéria, mas eu quero dizer o seguinte: eu volto a afirmar que essa licitação qualifica, na minha avaliação, ela procura fazer os arranjos locais, trabalhar a questão dos carroceiros, num processo gradativo, ampliar os galpões de reciclagem para que várias outras pessoas possam se incluir nesse processo. Então, eu quero dizer o seguinte, muito tranqüilo: Verª Sofia, eu acho que a oposição cumpre um papel fundamental. Eu não concebo Governo sem oposição. Se há, por parte de V. Exª, o conceito de que não há transparência no processo, eu quero dizer: não sou Líder do Governo, sou apoiador do Governo, mas tenho certeza absoluta de que o Governo tem o maior interesse de, na hora em que os senhores marcarem, debater essa matéria. Muito obrigado, Sr. Presidente.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado, Excelência.

A Verª Manuela d'Ávila está com a palavra para uma Comunicação de Líder. Falará pelo PCdoB.

 

A SRA. MANUELA D'ÁVILA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, nós, aqui na nossa Câmara – inclusive, algumas vezes ouvimos críticas a isso -, nós trabalhamos e criamos dias, semanas, que são momentos de reflexão, de conscientização, para nós pautarmos determinados assuntos que ainda não julgamos superados na sociedade de maneira séria. Criamos, por exemplo, por Projeto de minha autoria, a Semana Municipal da Juventude; criamos o Dia da Inclusão Digital; e, hoje, no mundo inteiro, comemora-se ou estabelece-se pela primeira vez o Dia Mundial Contra a Homofobia.

A nossa Capital, Porto Alegre, é uma das Capitais pioneiras em políticas includentes, em debates de conscientização da sociedade sobre os direitos daqueles que têm outra orientação sexual, sejam os homossexuais, sejam os bissexuais, sejam os transgêneros. É uma das Capitais pioneiras em abordar este assunto. A nossa querida Verª Margarete Moraes talvez tenha sido, nesse último período, pelo menos no período em que eu milito e luto pela livre orientação sexual, uma das maiores parceiras deste movimento, sendo autora de dois Projetos: o Dia da Visibilidade Lésbica e a Semana Municipal de Conscientização e Combate à Homofobia, que acontecem em junho.

Hoje, Verª Margarete - a senhora também tem essa exposição, que é em parceria com a ONG Outra Visão -, mas hoje é um dia de reflexão sobre a luta contra a homofobia no mundo inteiro, porque, há exatos 16 anos, a Organização Mundial da Saúde reconheceu que a homossexualidade não era uma doença, não era um transtorno mental, como até então era caracterizado pela OMS. A OMS passou a tratar a livre orientação sexual como um direito fundamental, e todos os cidadãos e não apenas aqueles que têm a orientação diferente, ou que nós, que alguns julgam diferente, mas que não só o movimento GLBT deveria trabalhar, mas toda a sociedade, como um dos direitos humanos em relação ao qual a sociedade ainda necessita avançar.

Entretanto, por mais avanços que aconteceram nesses 16 anos, nós temos muitas coisas, muitos elementos, muitas lutas para travar, para que a sociedade encare o assunto a partir das legislações, Ver. Sebenelo, a partir de tudo que existe na sociedade, passando pelas leis, passando pelo comportamento, pelas reações da sociedade. Nós ainda temos muito a avançar.

Nós permanecemos vivendo em uma sociedade com muitos traços homofóbicos, e eu ouvi alguns risinhos agora no plenário, que talvez identifiquem, claramente, esses traços homofóbicos.

Nós ainda vivemos numa sociedade em que a pessoa, por não ser heterossexual, tem, pelo menos, vinte direitos a menos do que o cidadão heterossexual.

Nós ainda vivemos numa sociedade em que causa espanto - e é assunto de uma Moção de minha autoria - que uma juíza tenha dado a guarda de um filho adotivo para um companheiro homossexual. Nós ainda temos que parabenizar essas iniciativas.

Nós continuamos vivendo numa sociedade em que a moral, a suposta moral de determinados setores, Ver. Carrion, acha mais adequado que as crianças morram de fome em vez de serem adotadas por duas pessoas do mesmo sexo.

Nós continuamos a viver numa sociedade - e eu falo agora sobre a nossa Capital - em que muitos e muitas homossexuais ou bissexuais são agredidos em estabelecimentos pelo simples fato de terem uma orientação sexual diversa. Tanto é verdade que é tema de um Projeto de Lei de minha autoria. Eu não costumo apresentar Projetos de Lei que não tenham vínculo com a realidade.

Nós temos diversos bares que são permanentemente autuados por não cumprirem a Lei Orgânica do Município de Porto Alegre, por desrespeitarem, por agredirem fisicamente, além das agressões verbais, os homossexuais, os bissexuais. Nós temos diversas denúncias no Ministério Público do nosso Estado sobre lojas da nossa Capital, sobre grandes shoppings da nossa Capital, que têm como política de segurança, porque, se não é política de segurança oficial, os funcionários deveriam ser demitidos, porque é crime, o motivo da demissão deveria ser o crime cometido pelo funcionário, porque, assim como o racismo é crime, a homofobia também o é, mas, se não são demitidos, eu posso deduzir, de boa-fé, que a política de segurança desses estabelecimentos é trancar em banheiros desses próprios estabelecimentos - são denúncias públicas ao Ministério Público, e a Comissão de Direitos Humanos já recebeu algumas -, e bater em homossexuais ou em bissexuais.

Portanto, para além da luta pela ampliação - não é ampliação -, pela igualdade de direitos, luta que nós, mulheres, conhecemos bem, porque lutamos uma história da humanidade pela igualdade dos nossos direitos, mas ainda não os vemos plenamente iguais no comportamento e na ordem da sociedade, nós conhecemos e sabemos que, para além dos 27 direitos a menos que nós temos que conquistar - e, hoje, o Dia Mundial de Luta contra a Homofobia deve servir de lição, de momento de reflexão, porque é para isso que os dias e as semanas são criados -, para além dos 27 direitos que nós temos que conquistar, nós temos que debater profundamente com a nossa sociedade.

Foi feita uma pesquisa pela UNESCO em que se colocavam diversas agressões que aconteciam na sociedade: briga de trânsito, estupro, e a agressão menos agressiva, entre aspas, que a população de Porto Alegre disse que achava, assim, uma bobagem, quase não-agressão era bater, agredir fisicamente alguém por essa pessoa ter uma orientação sexual diversa. Acho que isso deixa para esta Câmara, deixa para a população de Porto Alegre, para a nossa sociedade, o exemplo e a necessidade de que nós precisamos debater, precisamos lutar e precisamos encarar com seriedade e não com risinhos constrangidos no rosto a luta séria e permanente pelos direitos humanos e pela livre orientação sexual. Muito obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, e, especialmente, Ver. Brasinha, que anda um pouco desaparecido, sabe, Ver. Elói? Daqui a pouquinho ele volta ao tempo de euforia dele.

A sociedade brasileira assiste estarrecida à evolução de um dos piores indicadores sociais que pode haver em uma comunidade brasileira, em que os índices de segurança estão absolutamente comprometidos pela anomia, pela guerra civil declarada, pela desobediência civil e, principalmente, pela questão do Estado.

Isso não é uma questão de Governo, isso é uma questão de Estado. Quando o processo de desmoralização do Estado oficial toma esse vulto, quando o Estado oficial é obrigado a negociar com o estado paralelo nas piores condições e numa mortandade com mais de 120 pessoas desaparecidas em menos de quatro dias, com um número imenso de pessoas lesionadas, feridas com gravidade, de atentados, de invasões, nós vemos a profunda inversão social e, obrigatoriamente, como homens públicos, como brasileiros empenhados na normalização do funcionamento das instituições, nós somos obrigados a sair em busca das causas. E é, cada vez mais assustador o exame de cada uma das causas da violência, da criminalidade e dos papéis dos atores sociais. Quando a carceragem brasileira, quando as penitenciárias do Brasil não preenchem mais em todos os Estados, onde há Estados como o Amapá, como Acre e Rondônia, que são verdadeiras masmorras medievais, onde não houve a evolução, mesmo com o advento de Carandiru, em que o Estado proporcionou ao Brasil inteiro, pela televisão, uma das cenas mais chocantes da história da humanidade, quando as questões de segurança passam a ter uma interferência genocida em uma população como a brasileira - dita por Sérgio Buarque como compostas pelo homo cordialis -, nós repetimos a frase de Regina Duarte, a atriz que tinha, indiscutivelmente, a bola de cristal: “Estou com medo!” O medo tomou conta do País! E quanto às frases artificiais e de efeito psicológico para o coletivo brasileiro de que “a esperança venceu o medo”, nós vemos exatamente o contrário: a mentira dos duda mendonça da vida e a impotência do Estado, e, especialmente, o ridículo do Sr. Presidente da República que ofereceu mil pessoas para um pessoal de 141 mil policiais de São Paulo, evidentemente que tinha de ser imediatamente recusado. E essa recusa foi pela forma como foi feito. E esse mesmo Ministro - que há poucos dias ocupou as manchetes não muito lisonjeiras -, queria emprestar o Exército Brasileiro, mas o Estado de São Paulo foi mais rápido e negociou com os bandidos. Senão, não pararia mais o morticínio. Inclusive familiares de criminosos presos foram mortos, tornando essa espiral cada vez maior e mais ascendente em um dado estatístico que realmente começa a tomar formas de guerra civil, nós vemos que o Estado brasileiro, indiscutivelmente, é o responsável, é ele e só ele que, em 2003, aplicou 285 milhões de reais em Segurança e, em 2005 – comparem -, 111 milhões de reais. É disso que nós estamos falando. É da irresponsabilidade do atual Governo brasileiro, vendo que em todos os Estados do Brasil pipocam, em cada Cidade, em cada Capital, esses problemas gravíssimos decorrentes da ausência de uma política nacional de segurança; ausência completa de uma política nacional de segurança.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado Excelência.

A Verª Clênia Maranhão está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, inicialmente, eu queria registrar que, ao lado de outros Vereadores, pudemos acompanhar a abertura da 5ª Conferência Municipal de Ciência e Tecnologia - um evento extremamente representativo e importante no debate das políticas públicas na área da ciência e tecnologia do nosso Município.

Em segundo lugar, eu queria, aqui, reafirmar as palavras do Ver. Sebastião Melo em relação à definição da nossa política de limpeza urbana; dizer que é uma pena que a Verª Sofia Cavedon não tenha feito como inúmeros outros Vereadores e Vereadoras, que participaram dos diálogos de limpeza urbana que ocorreu dentro desta Casa, com a presença de vários outros Vereadores, dos diversos Partidos da base do Governo e de oposição.

Sr. Presidente, eu queria me referir, aqui, a um fato extremamente importante que anualmente ocorre em nossa Cidade. Nos últimos anos, nós temos visto e acompanhado o significado da Maratona de Porto Alegre. Neste domingo próximo teremos mais uma Maratona da Cidade. Estamos aqui reafirmando que, no próximo domingo, teremos mais uma Maratona da nossa Cidade. Um evento importantíssimo que mobiliza os diversos atletas, mas também mobiliza o conjunto da população que acompanha esse significativo evento.

Queríamos dizer que, em conseqüência da política de diálogo do nosso Município, instituída pelo nosso Governo, estamos confiantes das tratativas de negociação feitas entre a EPTC e os Agentes de Trânsito da nossa cidade.

Estamos confiantes, porque sempre colocamos o diálogo, a política de respeito aos funcionários públicos da nossa Cidade, a construção coletiva das nossas decisões como base do nosso trabalho na Prefeitura de Porto Alegre. E é nesse sentido, é dentro dessa ótica, que o Secretário Senna tem conduzido a gestão da EPTC.

Estamos confiantes da responsabilidade profissional dos Agentes de Trânsito. E estamos reafirmando, aqui, todos os compromissos que têm sido reafirmados pela Direção da EPTC, nas inúmeras reuniões ocorridas, inclusive recentemente, nas quais a EPTC comprometeu-se com o pagamento do dissídio e das reivindicações do reajuste da categoria desde 1º de maio.

Reiteramos, aqui, a posição do Secretário Senna, que diz que, independente do andamento das negociações judiciais, já se compromete com 100% do INPC retroativo a 1º de maio, juntamente com as afirmativas feitas perante a categoria, que são a atualização do pagamento de 100% do reajuste na área do seguro-saúde, do pagamento da terceira hora extra e de todas as reivindicações colocadas pela categoria nas negociações.

Nós sabemos que, muitas vezes, a posição de algumas lideranças, que falam em nome da categoria e que reafirmam velhas posturas de confronto, acabam prejudicando as demandas, as reivindicações da categoria. E é exatamente pelo fato do ajuizamento prévio das reivindicações da categoria, que tem feito com que, infelizmente, os nossos Agentes de Trânsito não tenham sido beneficiados pelo conjunto das medidas tomadas pela Prefeitura, construídas coletivamente na relação com os demais segmentos do nosso Município.

Nós estamos confiantes da responsabilidade profissional dos Agentes de Trânsito da nossa Cidade, nós estamos confiantes no nosso diálogo, nós estamos reafirmando o compromisso de um Governo que honra os seus compromissos, que cumpre aquilo que é decidido nas negociações com os servidores públicos. Acho que será perdido qualquer empenho de qualquer Vereador que, com uma atividade se assemelhando à sindical, vai à porta da EPTC tentando impedir essa negociação; impedindo, inclusive, a crença nas decisões tomadas com transparência.

Estamos confiantes de que nós, no domingo, teremos uma grande maratona, independente daqueles que não compreenderam que a política do diálogo e que a oposição conseqüente se constituirão sempre num caminho de crescimento da Cidade, e utilização para interesses menores nunca será caminho construtivo das soluções objetivas e da garantia dos direitos dos nossos servidores.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr.Goulart): Muito obrigado, Excelência. Informamos a presença das Dirigentes do Lar Santo Antônio dos Excepcionais, a nossa Presidenta Bernadete, a Tesoureira Claudete e a Maryur - que é voluntária daquele serviço -, às quais enviamos a nossa saudação amiga e com admiração.

O Ver. Ervino Besson está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias e pelo Canal 16, da TVCâmara, eu queria saudar a todos. Eu tenho falado, por diversas vezes desta tribuna, a respeito dos nossos queridos aposentados. São pessoas que trabalharam por 35, 40 anos, se aposentaram para ter uma vida mais digna, mas a cada aumento do salário mínimo, vêem seus vencimentos diminuindo cada vez mais. E falo neste período de Comunicação de Líder do meu Partido, o PDT, Ver. João Antonio Dib, porque recebi uma correspondência de uma senhora aposentada. (Mostra a correspondência.) O que ela está reclamando? Em nome desta aposentada, eu faço aqui mais um alerta aos nossos aposentados. O que diz esta carta que ela recebeu? Diz que os aposentados têm à disposição uma novidade imperdível, que é uma linha de crédito pré-aprovada em determinado banco, com as melhores taxas de mercado e sem consulta ao SPC e à Serasa, com um prazo de até 36 vezes para pagar. Há, também na correspondência uma tabela demonstrando que até um mil reais a parcela pode ser de 36 vezes, e de dois mil reais que podem ser pagos com uma parcela de 93 reais e assim por diante. Mas vejam V. Exas., afirma a correspondência que, mesmo já tendo feito empréstimo em qualquer outro banco, o aposentado pode pegar mais dinheiro em determinado banco. “Aproveite também o reajuste anual do seu benefício para retirar novo valor. Não perca esta oportunidade!” Consta também o endereço e telefone da empresa, que convida o aposentado para visitar uma de suas lojas. O nosso aposentado já ganha uma miséria e, quando ele recebe uma correspondência como esta - é tal a dificuldade que enfrenta -, que vai até o estabelecimento e retira um empréstimo. É cada vez maior o número de pessoas que, para sobreviver, cai nesse tipo de propaganda, e retira o empréstimo pela facilidade de ser descontado em folha - isso é caso de polícia! Isso é caso de polícia. Eu tenho vários amigos aposentados que fizeram empréstimos, pela facilidade do desconto em folha, mas depois, meu caro Ver. Sebastião Melo, vem a dificuldade para pagá-lo, porque quem empresta é o banco e ele está garantido, porque vai descontar em folha. E mais - com todo o respeito pelos meus queridos colegas do Partido dos Trabalhadores -, pergunto-lhes como analisam a propaganda que esta cidadã recebeu, com estas estrelas aqui, pequenas e grandes? (Mostra o documento.) Não é uma propaganda política do INSS que estão mandando para os aposentados? Verª Maria Celeste, eu sei pela honestidade com que V. Exª tem exercido seus mandatos, mas lhe pergunto: o que é isto aqui que os aposentados estão recebendo, com estas estrelas aqui? Isto aqui é o símbolo de um Partido. Estou mentindo, ou é verdadeiro? Está aqui, está aqui o símbolo de um Partido, sim. Digo isso com todo o respeito com as minhas queridas colegas do Partido dos Trabalhadores. Olha aqui, há uma estrela grande e outras estrelas que vão diminuindo - isto é o símbolo de um Partido. É mais uma do nosso ilustre Presidente da República, massacrando os nossos aposentados, que receberam um minguado aumento, apesar de o salário mínimo ter aumentado 16,6%; os nossos aposentados receberam 5% - e nem todos, alguns receberam 2%, 3% -, e recebem uma correspondência deste nível, incentivando-os a retirar empréstimo! Faço aqui um apelo aos colegas desta Casa, do Partido dos Trabalhadores, para que verifiquem isto aqui, que leve isto até para uma reunião do Partido, pois, acredito ser, sem dúvida nenhuma, uma propaganda política em cima do nosso aposentado. Está aqui a estrela, não estou mentindo, meu caro Presidente. Sou grato a Vossa Excelência.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado, Excelência.

Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

Em votação o acordo de Líderes para apreciação dos seguintes Projetos: PR nº 012/06; PLL nº 032/06; PR nº 046/06; PR nº 048/06; PLCL nº 004/96; PLL nº 244/05/ PLCL nº 047/05; PLE nº 035/04; PLL nº 016/05; PELO nº 007/05; PLCL nº 032/05; PLE nº 006/06 e PELO nº 005/05. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Solicito ao Ver. Luiz Braz que assuma a presidência dos trabalhos, tendo em vista que há um Projeto de minha autoria.

 

(O Ver. Luiz Braz assume a presidência dos trabalhos.)

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N. 0015/06 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 012/06, de autoria do Ver. Carlos Comassetto, que concede ao Arquiteto Otávio Urquiza Chaves o Prêmio Ecologista do Ano José Lutzenberger.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Ibsen Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto;

- da CECE. Relatora Ver.ª Maristela Maffei: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 11-05-06.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N. 0858/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 032/06, de autoria do Ver. Adeli Sell, que denomina Rua Luciano dos Santos Rodrigues o logradouro não-cadastrado conhecido como Beco “Dois” – Estrada Octavio Frasca, localizado no Bairro Belém Velho.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Ibsen Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. Elói Guimarães: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Haroldo de Souza: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 15-05-06.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N. 0161/06 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 046/06, de autoria do Ver. Raul Carrion, que concede o Prêmio Artístico Lupicínio Rodrigues ao Artista Plástico Danúbio Villamil Gonçalves.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Carlos Comassetto: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto;

- da CECE. Relatora Ver.ª Maristela Maffei: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 15-05-06.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N. 0424/06 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 048/06, de autoria do Ver. Dr. Goulart, que concede o Diploma de Honra ao Mérito ao Hospital Banco de Olhos de Porto Alegre.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Carlos Comassetto: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto;

- da CECE. Relatora Ver.ª Maristela Maffei: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 15-05-06.

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Em discussão o bloco dos seguintes Projetos: PR n.º 012/06; PLL n.º 032/06; PR n.º 046/06 e PR n.º 048/06. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N. 0640/96 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N. 004/96, de autoria do Ver. Raul Carrion, que acrescenta parágrafo único ao art. 111 da Lei Complementar n. 284, de 27 de outubro de 1992, que institui o Código de Edificações de Porto Alegre. (Localização/caixa correspondência) Com Emenda n. 02.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Carlos Todeschini: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. Elói Guimarães: pela aprovação do Projeto;

- da COSMAM. Relator Ver. João Carlos Nedel: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 82,   § 1º, I, da LOM;

- adiada a discussão por uma Sessão, em 10-05-06;

- retirada a Emenda n. 01;

- incluído na Ordem do Dia em 08-05-06.

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Em discussão o PLCL n.º 004/96, de autoria do Ver. Raul Carrion. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação o PLCL nº 004/96. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

A Emenda nº 01 foi retirada.

Em votação a Emenda nº 02 ao PLCL nº 004/96. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

Apregôo a Emenda nº 03, de Liderança, do Ver. Claudio Sebenelo, ao PLL nº 244/05. (Lê): “Art 1º - Inclui Parágrafo Único no art. 2º, passando a ter a seguinte redação: Parágrafo Único - O mandato será de um ano, sendo vedada a recondução.

Art. 2º - Altera a redação do art. 4º, passando a ter a seguinte redação:

Artº 4º - O Poder Executivo nomeará o Patrono da Semana Farroupilha dentre os integrantes da lista tríplice, encaminhada pelas entidades tradicionalistas, MTG -Movimento Tradicionalista Gaúcho, APEERGS - Associação dos Piquetes do Estado do Rio Grande do Sul, IGTF - Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore.”

Apregôo a Emenda nº 02, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, ao PLCL nº 005/05 (Lê.): “Inclui neste Projeto de Lei Complementar, onde couber, artigo com a seguinte redação: ‘O valor das doações ao Fundo Municipal de Assistência Social ficará limitado a 2% (dois por cento) do Orçamento anual da FASC – Fundação de Educação Social e Comunitária’.”

Apregôo a Emenda nº 03, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, ao PLCL nº 005/05 (Lê.): “Inclui neste Projeto de Lei Complementar, onde couber, artigo com a seguinte redação: ‘As entidades beneficiadas com doações decorrentes da presente Lei deverão comprovar, anualmente, junto ao Conselho Municipal de Assistência Social a contabilização desses recursos, na forma do regulamento do Poder Executivo’.”

Apregôo a Emenda nº 04, de autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo, ao PLCL nº 005/05 (Lê.): “Inclui neste Projeto de Lei Complementar, onde couber, artigo com a seguinte redação: ‘As entidades assistenciais que desejam captar doações com base nesta Lei deverão obter, previamente, autorização junto ao Conselho Municipal de Assistência Social, devendo, para tanto, estarem em dia com as suas obrigações junto ao Município’.”

Em votação o Requerimento, de autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo, solicitando dispensa do envio das Emendas nºs 01, 02 e 03, ao PLL nº 244/05, à apreciação das Comissões. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N. 5126/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 244/05, de autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo, que institui a função simbólica de Patrono da Semana Farroupilha, que receberá o título de Grande Patrão, Chefe Honorário do Acampamento Gaúcho e do desfile de 20 de Setembro. Com Emendas nos. 01 e 02.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Márcio Bins Ely: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação da matéria;

- da CECE. Relator Ver. Sebastião Melo: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 01-03-06.

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Em discussão o PLL nº 244/05, de autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo.

Há aqui um Requerimento para adiamento da discussão por uma Sessão.

Em votação o Requerimento, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, que solicita o adiamento da discussão do PLL nº 244/05 por uma Sessão. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N. 0480/05 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N. 047/05, de autoria da Ver.ª Margarete Moraes, que veda a afixação de propaganda ou publicidade nos locais que menciona, que prejudiquem a higiene e a estética urbana ou contravenha a posturas municipais ou a outra qualquer restrição de direito, exceto àquelas destinadas à promoção de eventos de âmbito cultural, como Bienal, Exposições e Feiras, respeitada a legislação municipal relativa ao tema. Com Substitutivos nos. 01 e 02 (ambos de autoria dos Vereadores M.Moraes e H.Souza). Com Emenda n. 01 ao Projeto.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 82,   § 1º, I, da LOM.

- incluído na Ordem do Dia, por força do art. 81 da LOM, em 11-05-06.

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Em discussão o PLCL nº 047/05 e os Substitutivos nºs 01 e 02. A Verª Margarete Moraes está com a palavra para discutir o PLCE nº 047/05 e Substitutivos nºs 01 e 02.

 

A SRA. MARGARETE MORAES: Sr. Presidente, Ver. Luiz Braz; Vereadoras e Vereadores, na verdade, Ver. Haroldo de Souza, eu ouvia pela primeira vez essa idéia das suas palavras, no ano passado ainda, em relação aos postes, tentando cuidar da poluição visual da Cidade, e também pelo fato de ser considerada inócua essa propaganda que Porto Alegre foi criando, foi construindo culturalmente, inclusive por mim e pelo meu Partido, apresentei um Projeto em que eu creio que houve problemas formais em relação à questão jurídica, houve um Substitutivo seu, depois houve esse último Substitutivo, que é assinado por nós dois.

Se nós temos algumas divergências em nuances, nós temos absoluta concordância na essência, é assim que eu vejo, Ver. Haroldo. O que foi necessário foram apenas correções formais. Na verdade, há oito anos essa colocação em postes era uma novidade, era uma idéia de muita criatividade, as pessoas olhavam para o poste e viam o nome ou a foto do seu candidato. Depois, ela ficou muito exagerada na nossa Cidade, absolutamente poluidora, e eu me refiro especialmente aos postes nas eleições; Porto Alegre se desmerece, fica absolutamente suja. Nós colocamos mais de dez banners em cada poste. Eu digo que isso é uma autocrítica, aparece inclusive uma foto no Jornal do Comércio, eles vão desbotando, se rasgando, o vento arranca, um arranca do outro. Além de feio, eu acho que é inócuo. Eu tenho certeza de que é ineficaz para aquilo que se propõe, porque confunde as pessoas, todos juntos, confunde.

E eu falo em higienização apenas em relação aos materiais, nunca às pessoas. Mas, além da poluição visual, provoca uma poluição muito forte no meio ambiente. O plástico é uma matéria de difícil decomposição, é antiecológico, é deseducativo. Inclusive nós colocamos, no último Substitutivo, aqueles cavaletes nos jardins, nas praças, que também são caros e não ajudam em nada.

Eu acredito que todos os Vereadores e Vereadoras deveriam fazer a campanha baseada nas suas idéias, baseados nas suas posturas, nos seus conceitos, na visão de mundo que têm, na sua sinceridade. Por exemplo, eu faço um grande esforço para ser coerente com as idéias do meu Partido, com as idéias na quais eu acredito, idéias de esquerda. Acho que o Ver. João Antonio Dib é sempre o mais votado, ou o segundo mais votado, porque ele é coerente com aquilo que ele pensa, porque o político tem que ter coerência com o que pensa, o que fala e como age. E eu acho que isso é a qualidade política, conquistar as pessoas pela nossa identidade, bater de casa em casa, conversar olho no olho com a população de Porto Alegre e dizer das nossas idéias e contrariar muitas pessoas. E essa sinceridade faz com que não sejamos bonzinhos e apoiemos todas as idéias, cada um apoiando as suas idéias, com essa capacidade de comunicação, de argumentação que cada candidato ou pré-candidato deve ter.

Eu falo muito na ética, e ética tem a ver com o dia-a-dia, com a nossa postura, com a nossa família, com os nossos amigos, com os nossos irmãos, com os nossos adversários também. É preciso ter uma ética, assim eu acredito.

Nós, do Partido dos Trabalhadores, acho que nos desvirtuamos um pouco, porque nós temos que voltar aos movimentos sociais diretamente, às organizações dos trabalhadores, às organizações comunitárias, trabalhar como trabalhamos nesta Casa, com aqueles que sofrem, com a saúde, com a assistência social, com a falta de segurança, com aqueles que lutam por almejar uma vida digna.

E uma cidade tem que ter aquele conceito grego de polis, de ágora, a cidade que é de todos e de todas. Hoje a palavra republicana está na moda, mas eu acho que é uma bela palavra, e a cidade deve ser para todos, para os pobres e para os ricos. E os postes não ajudam, não ajudam ninguém, as pessoas se confundem, além de causar essa tremenda sujeira na cidade de Porto Alegre.

E, por último, aqueles candidatos que têm mais dinheiro, que têm mais condições de arrecadar para a sua campanha são aqueles que vão colocar o seu nome em todos os postes da Cidade, e outros não vão conseguir fazê-lo.

Obrigada, Sr. Presidente, também não gosto de passar além do tempo.

Só uma explicação: esse Substitutivo é meu e do Ver. Haroldo de Souza.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para discutir o PLCL nº 047/05 e os Substitutivos nºs 01 e 02.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, gostaria de ter a mesma inspiração e assinar embaixo daquilo que foi dito pela Verª Margarete Moraes. Sou um admirador da sua forma de colocar o pensamento em relação à política e à disputa eleitoral. Nós temos a ilusão de que é indispensável a visibilidade para uma campanha em que o mau gosto, a disputa engalfinhada por pequenos espaços urbanos de exposição de nomes e, por fim, uma sujeira monumental, possam resultar em votos a mais, com excepcionais casos. O primeiro deles é quando o Vereador, muito aquinhoado, coloca no alto dos postes permitidos, bem no alto, o seu nome e tapa a Cidade com ele - este, realmente, tem um usufruto fantástico da visibilidade. Mas depois da poluição visual que fica, depois da barbaridade da conta residual para pagar, das despesas de colocação, de criação, de imagem nos postes da Cidade, realmente, os postes que serviram para tanta coisa, inclusive para iluminação, serviram também para mostrar a incompreensão, a disputa insana e, muitas vezes, o mau gosto do acúmulo e da confusão que provoca em qualquer eleitor que queira, através do poste, escolher o seu candidato pelo nome; nome esse colocado de uma forma absolutamente poluente - e não há só a poluição visual, mas há também o resto de lixo que fica no final das eleições.

Por isso, Vereadora, eu estava dizendo que eu gostaria imensamente de ter a sua inspiração e fazer esse tipo de Substitutivo, que é perfeito, na minha opinião, e vem muito ao encontro do desejo da população de Porto Alegre, por não suportar mais, Ver. Haroldo, a poluição visual, a sujeira, e principalmente o mau gosto, tanto visual, quanto o mau gosto da verdadeira guerra que se trava na disputa de espaço de visibilidade, quando, na verdade o que deve ser disputado não é o espaço, mas, sim, a idéia; não é a criação, mas, sim, a ideologia. É isso que está em jogo, é isso que tem que ser disputado, como disse a Vereadora, de casa em casa, de porta em porta, olho no olho, é assim que se faz política.

Política também se faz com tolerância, se faz com rejeição, se faz, muitas vezes, com o desgosto de não ser aceito, mas, também, muitas vezes, com a receptividade de um povo maravilhoso como o porto-alegrense, que tem uma fidalguia imensa. Quando qualquer político chega na sua casa, ele oferece um cafezinho, e eles conversam. E um dos melhores momentos da política é aquele em que nós vamos nas casas conversar com as pessoas, mostrar os nossos projetos, nos apaixonarmos pelas idéias, e principalmente, no fim, nos oferecermos para a população de Porto Alegre, que tem um Legislativo como este, responsável, trabalhador, que, injustamente, vem sendo criticado de uma forma inaceitável, quando trabalhamos. Nenhum repórter estava, quarta-feira passada, na Vila Tronco, às 23 horas, quando nós estávamos em reunião com as comunidades. Não vi nenhum repórter tirar fotografia, ontem à noite, lá no bairro Glória, na reunião do Orçamento Participativo, depois de eu chegar à uma hora da manhã em casa, depois de eu fazer um trabalho que não é feito só aqui dentro, pois é um trabalho realizado junto às populações, porque nós temos estado junto às populações, os Vereadores de Porto Alegre estão junto com as populações. São essas questões, são essas críticas que nós vamos responder de duas formas: em primeiro lugar, incentivando, cada vez mais, esse tipo de política, sadia e competente; e, em segundo lugar, respondendo nas urnas, porque os Vereadores fazem um curso de cidadania aqui dentro e saem aptos a preencher todas as lacunas que são necessárias dentro da política, da sadia política, para que o povo de Porto Alegre tenha, no mínimo, uma qualidade de vida melhorada.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. SEBASTIÃO MELO (Requerimento): Sr. Presidente, primeiro, eu quero cumprimentar a iniciativa da Verª Margarete, do Ver. Haroldo também, mas quero fazer o seguinte questionamento: quanto à questão eleitoral, é uma lei federal que regula a propaganda eleitoral, e quanto a essa questão da fixação em postes, ou não, depende sempre de uma resolução do TRE. Eu me apropriei da matéria agora, mas, relativamente a faixas e outras afixações, eu sei que há leis no Município de Porto Alegre. Então, eu só queria fazer esse questionamento com V. Exª e a Mesa, e, no decorrer deste debate, que eu pudesse ser certificado dessa preocupação, porque eu tenho a compreensão...

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Vossa Excelência gostaria de que a Procuradoria da Casa pudesse se manifestar?

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Que a Procuradoria da Casa pudesse me dizer, porque eu tenho dúvida. Em relação às outras matérias, sim, mas, por se tratar de matéria eleitoral, eu não sei se a Câmara tem competência para legislar sobre isso.

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Obrigado, Ver. Sebastião Melo. Eu vou solicitar que a nossa Procuradora, ou o nosso Procurador, possa orientar o nosso Plenário com relação às votações que vão se seguir.

Apregoamos a Emenda n.° 01, de autoria da Verª Manuela d’Ávila e do Ver. Raul Carrion, ao Substitutivo n.° 02 do PLCL n.° 047/05. (Lê.): “Altera o art. 3° do Projeto, que passa a ter a seguinte redação: ‘Art.3° - Esta Lei Complementar entra em vigor em 1° de janeiro de 2007’.”

O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para discutir o PLCL n.° 047/05 e os Substitutivos nºs 01 e 02.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Obrigado, Vereador-Presidente Luiz Braz, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos assiste e público presente, o Projeto em discussão, de iniciativa da Verª Margarete, com dois Substitutivos, de autoria do Ver. Haroldo e da Verª Margarete Moraes, veda a colocação de propaganda, de bandeirolas, e daqueles equipamentos que ficam também assentados nas rótulas, nas avenidas, conhecidos como “sanduíches”, Ver. Brasinha.

Eu quero expor aqui a minha opinião, também, de forma favorável à iniciativa, ao Projeto, ao Substitutivo resultante, também final, e à Emenda também apresentada pela Verª Manuela e pelo Ver. Raul Carrion. Eu acho que, de fato, isso traz uma discussão importante.

Quando se faz uma campanha, a campanha tem de ser feita dentro das regras vigentes, e eu sei que eu fui um dos que mais tiveram propaganda desse tipo, porque eu concentrei as energias nesse tipo de propaganda. Eu não fiz outro tipo de propaganda. O Ver. Brasinha estava comentando isso comigo, e ele identifica que há pessoas que privilegiam pintura de muros, há pessoas que privilegiam outras formas. O ex-Vereador Záchia também teve uma eleição baseada num chamado “pardal faturador”; o Ver. Nereu tem algo semelhante que marcou sua campanha.

Então, eu quero dizer que o Projeto é bem-vindo, porque cada eleição é uma nova eleição, e eu acho que nós podemos, de fato, num pacto, ajudar a Cidade. Nós podemos disciplinar, de forma coletiva, novas regras do jogo para a disputa eleitoral. Evidentemente que a bandeirola, bem como esse outro tipo de equipamento conhecido como “sanduíche”, que fica nas rótulas e nas avenidas, chega uma hora que eles ficam exagerados, chegam a ficar agressivos.

Então eu acho importante que se produza aqui um regramento. E eu entendo que vale, sim, para o Município, mesmo que seja para Porto Alegre. Numa determinada época, eu fui Vereador em Pelotas, e lá também houve uma legislação semelhante em que foi restringida a colocação de propaganda em postes - e ela valeu e foi aplicada.

Então eu sou totalmente favorável. Eu acho que nós devemos, dentro das regras municipais, uma vez aprovada a lei, seguir rigorosamente a orientação, porque essa será a regra do jogo, e também vamos ter, certamente, inovações no plano federal, que vão ser apresentadas com a reforma da legislação.

A bandeirola e essas outras formas são importantes, Ver. Brasinha. Elas divulgam o nome, mas não é isso que elege; o que elege os Vereadores é trabalho, é confiança, é fazer com que as pessoas tenham crédito. Isso é o mais importante, porque senão nós poderíamos ter alguém que poderia multiplicar a sua propaganda em volumes gigantescos, quem sabe esse tipo de propaganda, e poderia se considerar eleito. Isso não acontece, não é verdade. Eu tenho um ditado, uma expressão que eu mesmo criei, eu digo: “Podem-se colocar asas em porcos, mas, mesmo que elas sejam de ouro, eles jamais vão conseguir voar”. Então, não resolve, bandeirola não é o que elege, pode até ajudar, circunstancialmente, assim como pode prejudicar também. Então em nome da defesa, em nome da Cidade, em nome do regramento eqüitativo, nós somos apoiadores do Projeto de iniciativa da Verª Margarete, cumprimento-a por isso, e agora, com o Substitutivo que substitui o Substitutivo do Ver. Haroldo, de autoria da Verª Margarete e do Ver. Haroldo. Então contem com o meu voto para o Projeto. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. Professor Garcia está com a palavra para discutir o PLCL nº 047/05 e os Substitutivos nº 01 e 02.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, leio atentamente o Projeto, mas há algumas colocações que eu julgo importantes. Primeiro, fala-se na questão da limpeza, na questão da poluição visual. Quanto à questão da limpeza, eu pergunto: o que suja mais, milhões de santinhos ou um painel num poste? Esse é o questionamento que eu faço. O que custa mais caro um outdoor, um frontlight, que não estão citados aqui, ou esses cartazes nos postes? Gostaria que os senhores e as senhoras avaliassem isso. O que custa mais? Só para o conhecimento das senhoras e dos senhores, o frontlight, hoje, em Porto Alegre, custa 4 mil e 500 reais uma locação; um outdoor custa 800 reais a locação. Através desse prisma há uma diferenciação. Pergunto: em Brasília, o que está sendo proposto - e lastimo que não tenham sido feitas maiores alterações, e a Verª Margarete inclui aqui a possibilidade de outdoor - é justamente retirar os outdoors. Este Vereador pergunta: sendo aprovada em Brasília Lei Eleitoral que proíbe outdoor, terá o Município de Porto Alegre autonomia para legislar e colocar outdoor? Não, porque existe uma lei maior. Não concorda, Ver. Dib? Faça uma intervenção, por gentileza, vamos tentar discutir. Ver. Dib: é ou não é? Coloque para nós, faça o favor.

 

 O Sr. João Antonio Dib: Nobre Ver. Professor Garcia, o art. 30 da Constituição fala dos interesses do Município: “Compete ao Município regular o uso de suas ruas, dos seus postes...”

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Então, peço que V. Exª responda: se a Lei Eleitoral, como está prevista a ser votada, não permitir outdoor, e a Lei proposta aqui permite, nós teremos condições de colocar outdoor?

 

O Sr. João Antonio Dib: Se a Lei Eleitoral não permitir outdoor, nós não podemos colocá-lo, mas a utilização da área do Município é ele mesmo quem determina e não a Lei Eleitoral.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: V. Exª já me respondeu, Vereador. Faço essa colocação, porque eu tenho as minhas dúvidas. E eu não tenho visto aqui nenhum Vereador colocar nenhuma posição para o fato de que, se nós andarmos em Porto Alegre – e não é de hoje -, veremos quantos cartazes de bailões afixados? São centenas de cartazes de bailões, e eu não vi nenhum Vereador vir aqui e dizer que deveriam ser retirados! E não pode, não é permitido isso. Portanto, pela forma como está aqui, eu tenho as minhas dúvidas. Não falo em frontligth...

 

O Sr. Carlos Comassetto: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Este Projeto que estamos discutindo, no caso do exemplo que V. Exª menciona, dos bailões, se for aprovado, também fica enquadrada a sua proibição, porque ele trabalha com o Código de Posturas do Município.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Mas, Vereador, quero informá-lo de que não pode hoje, em Porto Alegre, ser afixado cartaz de bailões em postes! Não pode!

 

O Sr. Carlos Comassetto: Bem, aí é um problema da gestão, da fiscalização.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Eu só quero dizer que não vi – e desafio - nenhum Vereador aqui falar que há centenas de propagandas de bailões... Então, claro, vou perder, mas não concordo com o referido Projeto. Muito obrigado, Sr. Vereador.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Respondendo à Questão de Ordem do Ver. Sebastião Melo: a Procuradora da Casa orienta, dentro do Processo, que esta legislação, como está modificando o Código de Posturas, no momento em que não conflitar com a legislação federal, terá plena validade. É claro que, quando entrar em choque com a legislação federal, que é uma legislação maior, ela perderá, então, validade; mas, se não conflitar, valerá a legislação municipal.

A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir o PLCL nº 047/05 e os Substitutivos nº 01 e nº 02.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e público que nos acompanha, este debate sobre a propaganda eleitoral é um debate que acho muito positivo, Verª Margarete, e deve se traduzir em propostas concretas, porque o problema, na verdade, não é, na minha opinião, exatamente o problema da sujeira, porque nós já temos bastante proteção nos monumentos públicos, que não podem ser utilizados... Na verdade, o que se utiliza é uma sujeira removível, não é uma sujeira que prejudica a Cidade definitivamente, ou algum próprio da Cidade.

Eu acho que esse tema da poluição no poste é uma poluição suportável por três meses, boa para a festa da democracia. Eu acho que nós temos caído em um extremo, em função da conjuntura eleitoral, em função do “caixa dois”, em função de problemas da reforma política que devíamos ter operado e não operamos, como, por exemplo, voto em lista, fidelidade partidária, controle e financiamento público das campanhas, coibição, sim, dos custos elevados de campanha... Agora, cair em um outro extremo como a legislação eleitoral está dizendo, a nova legislação, que só vai valer para o ano que vem - até agora, pelo entendimento -, está dizendo que não se poderá usar uma camiseta com uma idéia nela sendo expressa?! Que não se poderá usar um bóton, um adesivo?! E isso eu acho estapafúrdio! Está-se dizendo que o cidadão nas Cidades deste País, nas Cidades do Estado deste País, não poderá tomar conhecimento do debate em curso em relação aos seus representantes. Eu fico muito preocupada com essa distorção. Na verdade, nós não mexemos no que é da essência da corrupção e da distorção do voto do eleitor, que é a fidelidade partidária, que é a verticalização que caiu, e esta só foi mantida, porque é por um ano a sua validade; a partir do ano que vem, a partir das outras eleições, já cai a verticalização, portanto os Partidos não têm compromisso com o programa nacional, não avançamos no financiamento de campanha pública, não avançamos para lista. Então agora sim, outras medidas que eram – na minha opinião –, baratas e populares, Ver. Todeschini,... porque eu me lembro da emoção da minha primeira candidatura, em que nós saíamos, depois do sopão - e outros Vereadores faziam relatos -, juntos para pendurar em um poste a primeira plaquinha, lembro-me da emoção de chegar em um bairro e haver, na rua, duas ou três plaquinhas levadas por militantes, da emoção de a gente poder estar se comunicando com a Cidade. Como é que se faz campanha em uma Cidade de Um milhão e 400 mil habitantes, se não tivermos formas concretas de nos apresentar, de prestar contas sem destruir patrimônio? Então eu tenho o maior respeito e carinho pela Verª Margarete e pela sua construção cultural, pela sua preocupação com a estética, pela construção da defesa do patrimônio cultural desta Cidade, da defesa da democratização da cultura, mas eu penso que o momento da campanha é um momento em que nós devemos coibir, sim, os seus grandes custos. Aí eu tenho acordo: outdoor é impagável! Em toda discussão de campanha que nós fazíamos no nosso comitê, dizíamos: “Meu Deus, quantos outdoors nós vamos poder pagar?” E colocávamos dois em uma quinzena e dois... Era isso: quatro outdoors na cidade de Porto Alegre para não ficar fora, porque é um valor estratosférico. Agora, eu acho o poste uma forma democrática, eu acho que nós temos que viver o momento da eleição, não distorcendo o voto, claro, mas é preciso avisar que o Vereador tal é candidato para depois as pessoas irem olhar o programa. É claro que nós defendemos um debate de programa e não de nomes, e é essa a nossa marca: uma campanha de militância, de corpo-a-corpo, no debate em todos os lados da Cidade. Então, para mim, um Projeto como este, é um Projeto muito importante para que o Código de Posturas de Porto Alegre assuma, mas não para período eleitoral, no caso dos postes; no caso dos viadutos, no caso dos monumentos públicos, todo o restante nesse sentido, eu tenho pleno acordo. Eu acho que a gente acaba cerceando a possibilidade, uma das mais baratas, de falar com a Cidade, de chamar a atenção do eleitor: “Olha, estamos em período eleitoral, dê uma olhada nos seus candidatos. Faça a sua escolha, avalie o voto que você fez”. Gente, senão o que será de nós e da democracia? Nós precisamos por em debate e mexer, sim, nas questões de fundo que causam a corrupção e não permitem e fazem com que o voto seja distorcido, como o sistema bicameral, como a representação distorcida neste País. Eu acho que nós devíamos centrar nos elementos que, de fato, corrigem as distorções. Obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Apregôo a Emenda nº 02, de autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo, ao Substitutivo nº 02 do PLCL nº 047/05 (Lê.): “Art. 1º - Altera a redação do art. 1º do Substitutivo 02, passando a ter a seguinte redação: ‘colocar, fixar, pichar, pregar, pintar em postes, viadutos, passarelas, árvores, praças, jardins, refúgios de pedestres e sinalizador de pistas, canteiros, obras de arte e monumentos públicos, abrigos de paradas de ônibus, pontes, mesmo com a utilização de colunas, cabos, fios ou outro meio, indicações publicitárias de qualquer tipo, inclusive as de cunho político- eleitoral.’ Art. 2º - Inclui novo parágrafo no inciso XX do art. 18 da Lei Complementar nº 12, de 7 de janeiro de 1975, passando ter a seguinte redação: ‘No período eleitoral, será permitido aos Partidos políticos e aos candidatos o uso de cartazes, cavaletes e bonecos não fixos ao longo das vias públicas, em conformidade com a legislação eleitoral’.”

A Verª Manuela d’Ávila está com a palavra para discutir o PLCL nº 047/05 e os Substitutivos nº 01 e nº 02.

 

A SRA. MANUELA D’ÁVILA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, gostaria de colocar que, na opinião do Partido Comunista do Brasil, nós temos fundamentalmente dois elementos que dão sustentação ao Projeto da Verª Margarete Moraes e do Ver. Haroldo de Souza. O primeiro deles é evidente, porque foi dito que não existe relação com o meio ambiente, mas é a evidente necessidade de nós preservamos, sim, o meio ambiente, o ambiente da nossa Cidade. Não se trata, aqui - embora se trata também de uma questão de termos uma cidade bonita, de termos uma cidade esteticamente harmoniosa -, de um debate apenas dessa natureza, mas de um debate com relação à preservação ambiental, à sujeira que é colocada, às verdadeiras guerras que são estimuladas na fixação desses materiais, inclusive a sujeira depois, retirando os materiais já existentes de outras candidaturas e a fixação dos seus materiais. E isso se acumula.

Quando caminhamos pela nossa Cidade, em época de eleição, na madrugada, às 5, 6 horas da manhã, podemos identificar, embaixo de cada poste, a quantidade de resíduos, de plásticos, e sabemos que é extremamente danoso para o meio ambiente.

Trata-se, também, Ver. Carrion, de um debate mais profundo com relação ao uso do poder econômico nas campanhas eleitorais. Entretanto, nós vinculamos a nossa opinião de sermos favoráveis a esse Projeto, neste momento, apenas se ele passar a ter a sua validade a partir do ano que vem. Ver. Haroldo, explico por quê.

Nós tivemos, neste ano, no ano da chamada crise política, uma tentativa, na nossa avaliação, de disfarce, de maquiagem de uma Reforma Política, com um minipacote eleitoral, que podemos caracterizar de medíocre, porque não altera em nada as relações que ocasionam a corrupção no nosso País, mas que perpetua os Parlamentares nos espaços onde já estão colocados.

Nós temos uma legislação que está para ser sancionada, e os informes que tenho, de Brasília, são diferentes dos apresentados aqui, de que será mantida a proibição de toda e qualquer forma – camiseta, outdoor -, de propaganda limpa dos candidatos no processo eleitoral.

Ora, nós queremos uma política limpa, nos dois sentidos: eticamente limpa, estética e ambientalmente correta. Agora, nós temos de garantir que a democracia permaneça, que haja a renovação do Parlamento de acordo com a vontade dos eleitores e não de acordo com a vontade dos Parlamentares que já estão no Parlamento de se perpetuarem, Ver. Sebenelo.

Nós sabemos que ninguém vota em poste, senão eu não estaria aqui; eu não tive propaganda em poste. Ninguém vota em poste, ninguém vota em muro, ninguém vota em cartaz, entretanto as pessoas votam em quem conhecem, não é verdade? Não é aquilo que define o voto do eleitor, mas as pessoas querem votar em quem conhecem, em quem acreditam que tem potencial de vitória nas eleições. Essa é uma realidade, isso é dado, isso é pesquisa, isso é científico: as pessoas querem conhecer. E é evidente que aqueles que já são Parlamentares, como eu sou agora, aqui, já são conhecidos pela população. O mecanismo de publicidade é necessário para que a política se renove, para que os eleitores conheçam para além daqueles políticos que já ocupam o espaço parlamentar. Portanto, Verª Margarete e Ver. Haroldo, a nossa posição, do PCdoB, é de compreender o Projeto e de, neste momento, se não aprovada a nossa Emenda, votarmos contrários a este Projeto, porque, conjunturalmente, entendemos que não existe nenhum espaço para propaganda política no próximo momento eleitoral e nós não podemos permitir que essa Reforma Política, de brincadeira, que foi feita passe a valer e passe a pautar as regras da sociedade e dos eleitores brasileiros. Muito obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para discutir o PLCL nº 047/05 e os Substitutivos nº 01 e nº 02.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, eu concordo plenamente com a Verª Manuela d’Ávila, que fala dessa proibição que vem de cima para cá, a proibição do uso de bótons, de camisetas e de bonés. Isso não tem cabimento, isso não suja a Cidade, são as pessoas que usam a camiseta, o bóton, o boné. Agora, este Projeto de proibição de propaganda nos postes na cidade de Porto Alegre foi pensado já algum tempo atrás e depois arquivado. Foi desarquivado pela Verª Margarete Moraes e, depois, com Substantivo meu e dela, visando à limpeza da cidade de Porto Alegre, à poluição visual, sim, contrariando o que disse a Verª Sofia Cavedon: “É a festa da democracia”. Sim, uma festa da democracia com sujeira na Cidade. Quem é que paga a limpeza dos postes, em Porto Alegre, depois das eleições? São os candidatos que pagam? Não! Quem paga a limpeza dos postes, na cidade de Porto Alegre, aquela imundice, aquela sujeira, são os cofres públicos. E é justo que o contribuinte pague para que os candidatos ao cargo eletivo usem a propriedade do Município, que são os postes, e depois, ainda, a Prefeitura Municipal seja obrigada a limpar esses postes? Não é justo! Eu já participei de várias campanhas e vejo, nas ruas, as pessoas reclamarem - não só para mim, para todos - de que a nossa Cidade está feia, está suja, os postes estão horríveis, as armações de madeira quebradas ficando os arames expostos. Quando essas armações estão mais acima, tudo bem, mas quando estão na altura das cabeças dos transeuntes, é um problema. Tudo isso corrobora para que este Projeto seja realmente aprovado aqui na Casa.

Concordo com a Verª Manuela que passe a vigorar a partir do ano que vem, mas é preciso que não se coloquem obstáculos à aprovação deste Projeto. Este Projeto visa a dar exemplo ao País. Parece-me que a cidade de Novo Hamburgo já adotou esse sistema de não permitir que os postes da cidade de Novo Hamburgo fiquem sujos. Então, tomemos essa decisão também, aqui.

Está certo o Ver. Todeschini, quando diz: “Não se vota no poste, se vota no candidato”. Que o candidato vá de porta em porta e realize o seu trabalho de campanha, principalmente aqueles que colocam em todos os postes de Porto Alegre as suas propagandas e na maior altura possível. Aí, sim, teremos igualdade na disputa eleitoral. E mais, a briga é estabelecida durante a noite, na cidade de Porto Alegre. Só aqueles que já participaram de uma campanha eleitoral sabem o acirramento, o que acontece nas noites de Porto Alegre. A equipe de funcionários passa por um determinado bairro e deixa ali fixado certo candidato. Quinze minutos depois, está passando outra equipe de funcionários, arrancando daquele candidato e colocando o seu candidato. Mas que estupidez é essa? Afinal de contas, a cidade de Porto Alegre, do Rio Grande do Sul, não é conhecida como os bons exemplos sendo dados? Então estamos aqui para defender a não-poluição visual da Cidade e, principalmente, para que o contribuinte - prestem bem atenção nisso! -, para aquele que paga imposto, não pague para tirar a sujeira que nós causamos nos postes da Cidade depois que as eleições são realizadas. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz.) O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra para discutir o PLCL n.º 047/05 e os Substitutivos n.ºs 01 e 02.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Ver. Luiz Braz, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, nós devemos tomar cuidado com este Projeto, e eu quero dizer que sou favorável a que nós - não só os políticos, todos os cidadãos -, venhamos a parar de poluir a Cidade. Em épocas de eleições, todos sabemos que aparece de forma exagerada o poder econômico, poluindo a cidade. Agora, nós temos que tomar cuidado, porque algumas pessoas têm rádio e televisão na mão! Rádio e televisão na mão, e com isso eles têm mais facilidade de divulgarem, de uma forma ou de outra, o seu trabalho. Tem a palavra, o Ver. Haroldo de Souza, meu companheiro de Partido.

 

O Sr. Haroldo de Souza: Talvez esse “rádio e televisão na mão”, V. Exª se refira a este Vereador, e eu quero lhe comunicar que o candidato radialista é proibido de falar no rádio que é candidato. Logo isso que V. Exª está dizendo não tem nenhuma procedência. E tem outra, nós somos obrigados a nos afastar dos nossos trabalhos.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Ver. Haroldo de Souza, não é especialmente a sua pessoa, mas V. Exª também está incluído. E óbvio, é evidente, todos nós sabemos, em épocas do período eleitoral, ninguém usa a rádio e a televisão para fazer propaganda política a não ser autorizada. Isso todos nós sabemos. Agora, já que V. Exª se preocupou, eu me sinto na obrigação de fazer defesa. V. Exª tem facilidade de se comunicar com o público, com a população, porque V. Exª trabalha com rádio e televisão, e não é só V. Exª, eu falei a todos. E não são só os profissionais, têm muitos aqui que são convidados, seguidamente, a participarem de programas de rádio e televisão e têm cadeira cativa. Então, eu quero fazer justiça, porque aqueles que não têm essa facilidade não se tornam conhecidos da população tão facilmente.

 

O Sr. Claudio Sebenelo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu conheço a sua Emenda, Ver. Vendruscolo, mas acho que tem uma coisa que temos que evitar: é o abuso do poder econômico, quando no primeiro dia as pessoas bem mais aquinhoadas, por outros motivos, elas põem a propaganda na altura mais privilegiada do poste e ficam a campanha inteira tapando a Cidade com o seu próprio nome, e a gente indo de casa em casa, de pessoa em pessoa. A diferença é muito grande, é muito desigual. Nós não temos índice olímpico para concorrer. Essa é a questão.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: É verdade. Eu também concordo com V. Exª, Vereador, por isso que disse no início que sou favorável à proibição da divulgação ostensiva nos postes. Para ficar bem claro: sou favorável à proibição da colocação de banners, placas, enfim, da poluição nos postes da Cidade. Feita essa ressalva, quero dizer que sou favorável a que se usem cavaletes móveis durante a campanha, cavaletes estes que são recolhidos para que as pessoas tenham condições de fazer a sua publicidade de forma educada e responsável. O que está ocorrendo hoje é da forma irresponsável, realmente poluem a Cidade, tanto os postes como paradas de ônibus, e nesse sentido eu sou favorável ao Projeto.

 

O Sr. Claudio Sebenelo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, não existe candidato bonzinho, candidato educado, e, quando a lei permitir, vai ser essa coisa engalfinhada nas noites de Porto Alegre, em que um arranca a propagada do outro, quando querem ocupar o maior espaço e ter a maior visibilidade, inclusive as equipes de maior poderio econômico.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Não existe candidato escondido. Se formos muito radicais neste Projeto, não vamos ter sucesso com ele. Então eu defendo o Projeto, a proibição de colocação da publicidade dos candidatos nos postes, mas por outro lado, a meu ver, precisamos garantir que os candidatos possam divulgar, fazer a sua publicidade de forma a não poluir ostensivamente a Cidade. Sou favorável neste sentido, Vereador Haroldo de Souza, respeito a sua posição e acho o Projeto fundamental para que a gente venha a limpar a Cidade, principalmente em época de eleições. Dizendo isso, quero dizer que temos que ter consciência de que todos esses banners e faixas que há na Cidade terão que ser arrancados.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para discutir o PLCL nº 047/05 e os Substitutivos nºs 01 e 02.

 

O SR. RAUL CARRION: Exmo Ver. Luiz Braz, demais Vereadores e Vereadoras, em primeiro lugar, quero dizer - da mesma forma como a Verª Manuela d’Ávila já expressou aqui a sua opinião -, que, para nós, a questão central no processo eleitoral é impedir o abuso do poder econômico, que tem sido, até os dias de hoje, o principal desvirtuador da vontade popular.

Nesse sentido, impedir, Ver. Dib, também os mecanismos ilícitos que permitem ao poder econômico, de forma sorrateira, decidir sobre as eleições.

Infelizmente, Ver. Oliboni, depois de quase um ano de denúncias, de acusações dos mais variados tipos a esses mecanismos, o nosso Congresso Nacional – e aí, Ver. Mario Fraga, quando falamos Congresso Nacional não podemos pôr um sinal de igualdade em todos, falar em decisões do Congresso Nacional é falar na maioria, porque há voto a favor e há voto contra, não são todos iguais -, a maioria do Congresso Nacional, contra a vontade dos Partidos verdadeiramente populares, deixou tudo como estava, Ver. Bernardino. E eu chamo a atenção: não são todos, é a maioria, os que mandam no Congresso, os grandes Partidos, estes fizeram muita fumaça, e, na hora de corrigir, de trancar a porta de entrada do ilícito do poder econômico, nada fizeram!

 

O Sr. Bernardino Vendruscolo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Carrion, peço a palavra no momento certo, quando V. Exª fala em poder econômico. Evidentemente que, se proibirmos, inclusive, a colocação de um cavalete numa rótula ou coisa parecida, nós vamos simplesmente proibir para aquele candidato humilde, que não tem recurso, porque aqueles que têm recursos, que têm televisão e rádio na mão, não precisam disso; e aqueles que não têm rádio, mas têm dinheiro utilizam o jornal onde fazem os apedidos. Então nós temos que ser claros neste momento, nós não podemos esconder, fazer fumaça aqui, escondendo a realidade.

 

O SR. RAUL CARRION: Agradeço o aparte. A minha intervenção ia um pouco nesse sentido: no substancial, não se alterou nada. Poderá haver o caixa-dois, Ver. Dib, porque não se coibiram os mecanismos para isso. E eu quero falar no “caixa-um”. Só se fala no caixa-dois, mas e o “caixa-um”, que permite aos grandes bancos, que permite às grandes empresas, licitamente, dentro dos termos da lei, fazer com que um candidato tenha uma campanha milionária, de milhões de reais, e os outros candidatos no “caixa-um”, porque não são apaniguados dos grandes e poderosos deste País, evidentemente que não terão os recursos para a campanha. Então, nesse sentido, nós queremos chamar a atenção de que não adianta legislar no varejo, quando no atacado a porta está aberta.

Por isso achamos que há uma preocupação importante neste Projeto - vamos votar a favor, com a Emenda da Verª Manuela d’Ávila e deste Vereador -, que coloca valendo a partir do próximo ano - seria a partir da próxima eleição -, porque aí poderemos, através do Congresso Nacional, coibir. Porque, mesmo as modificações de perfumaria, Ver. Bernardino Vendruscolo, que foram feitas, o Superior Tribunal Eleitoral disse que não valerão para este ano. Então não adianta estarmos incidindo, Verª Sofia, sobre o miúdo, no Município, quando, em nível nacional, não só não foram na essência, como inclusive não vai ser aplicado. Portanto achamos correta a Emenda e pedimos o apoio de todas as Bancadas, porque este Projeto tem uma boa intenção, mas que não pode, até pelo limite de seu alcance, que é um alcance Municipal, influenciar uma campanha que ainda será dominada pelo poder econômico, que ainda terá as portas abertas para o ilícito, seja do caixa-dois, ou seja para o lícito do “caixa-um”, que não veda o poder econômico. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Valdir Caetano está com a palavra para discutir o PLCL nº 047/05 e os Substitutivos n.ºs 01 e 02.

 

O SR. VALDIR CAETANO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu quero fazer aqui algumas colocações sobre este Projeto - anteriormente era de autoria do Ver. Haroldo de Souza e agora é da Verª Margarete Moraes -, que veda a fixação de propaganda ou publicidade em locais que venham a prejudicar a higiene, a estética, enfim, o urbanismo da nossa Capital. Eu quero parabenizar o Ver. Haroldo de Souza e também a Verª Margarete Moraes por este Projeto. Eu quero dizer, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, que essa é uma medida que já deveria ter sido tomada há muito tempo aqui em Porto Alegre, haja vista que ela já existe em alguns países e cidades da Europa, bem como aqui no Brasil, na cidade do Rio de Janeiro.

Eu acredito que, com este Projeto sendo aprovado no dia de hoje, nós estaremos contemplando, em primeiro lugar, Sr. Presidente, o povo de Porto Alegre, que reclama, que insiste e nos fala o que acontece numa época de eleição na Cidade. Por exemplo, os postes ficam cobertos de propaganda, a equipe do Vereador coloca a propaganda numa noite, na outra noite aquela propaganda já não está ali, outro Vereador coloca a propaganda em cima. Há uma briga e uma discussão por espaço para colocar as suas propagandas.

Então, eu sou favorável a este Projeto. Eu tenho certeza de que todas as pessoas que estão acompanhando, neste momento, pela TVCâmara, e as pessoas que irão tomar conhecimento deste Projeto, que vai ser – tenho certeza –, aprovado nesta noite, aqui nesta Câmara, ganharão muito; o povo de Porto Alegre ganha e ganha muito! E ganham, também, aqueles que irão concorrer nas próximas eleições.

Eu vou votar favorável a este Projeto, porém, irei votar contra a Emenda da Verª Manuela d’Ávila e do Ver. Raul Carrion, que pede para que este Projeto passe a vigorar não nesta próxima eleição, mas, sim, nas outras. Nós queremos que ele passe a vigorar já! E queremos, também, porque nós votamos neste Projeto para que ele seja aprovado para estas próximas eleições! Assim como também nós votamos na questão do nepotismo, para que não seja no próximo ano, mas que seja aplicada já neste ano. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra para discutir o PLCL nº 047/05 e os Substitutivos nºs 01 e 02.

 

O SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente, Ver. Luiz Braz; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, esta é uma questão que nós temos que enfrentar, até porque - eu vou fugir um pouco da questão legal e vou falar sobre o dia-a-dia de uma campanha eleitoral -, há uma incomodação para colocar esses banners. É claro, eu até concordo que o Ver. Vendruscolo – “o rei dos cavaletes” -, possa defender os cavaletes. É o homem que botou cavaletes aí pela Cidade. Vendruscolo, deixa eu falar um pouquinho, tu já falaste! É verdade ou não é? Pode falar, então!

 

O Sr. Bernardino Vendruscolo: Eu quero dizer que eu sou o “rei dos cavaletes”, porque os cavaletes não poluem; eu botava de manhã e recolhia de noite. Mas o senhor é um homem da televisão também!

 

O SR. CASSIÁ CARPES: Então, o Ver. Vendruscolo... Assim como o Ver. Todeschini foi o “rei do banner”! Mas faz parte, cada um com a sua peculiaridade, cada um tem uma facilidade para trabalhar de uma forma, mas com isso se perde o controle de equilíbrio. A gente até tem condições, Ver. Vendruscolo, de fazer a campanha, mas muitos não têm, têm só o santinho, não é?

Então, eu acredito que é um momento bom para esta Câmara se posicionar e começar a equilibrar o que a Lei federal nº 9.504/97 disciplina, visando a proporcionar a igualdade e o equilíbrio e não conseguiu; a prova está em que já estão mudando as regras. Eu não acredito que o Tribunal Superior Eleitoral vá mudar agora as regras, já dentro daquele prazo de um ano, parece que terá que ser decidido este mês, porque o mês que vem é o mês das convenções, e, até 30 de junho, os Partidos têm de apresentar as suas nominatas e, conseqüentemente, começar a campanha em julho. Portanto a campanha é nos meses de julho, agosto e setembro.

Além disso, todos nós passamos por uma questão muito séria, Ver. Vendruscolo; V. Exª está no primeiro mandato nesta Casa e vai passar dificuldades no caminho que nós já estamos passando, por exemplo, no seu Partido, no meu Partido, no nosso Partido, nós sermos boicotados. Quando se vê, um banner está numa árvore, o que não pode. Aí nós temos que correr e tirar o banner da árvore, porque alguém fez uma sacanagem para nós e o colocou na árvore. Aí vem o TRE em cima de nós e toca um processo. Nós vamos lá, tiramos foto, mostramos que tiramos, e o processo está lá; quando se vê, tem alguns postes culturais, de sinais de trânsito, que a lei eleitoral não permite. Aí vem alguém que até concorre com a gente, do nosso Partido ou dos outros Partidos, e troca, tira de um poste para outro e coloca o candidato numa situação constrangedora, e o Tribunal Regional Eleitoral vai lá e intima. Nós temos 24 horas para tirar uma foto, tirar daquele poste, e assim sucessivamente.

Então nós passamos a eleição não cuidando da campanha da gente, mas, cuidando, Ver. Sebenelo, do nosso companheiro de Partido, do nosso adversário da região, e assim sucessivamente. Quer dizer, é um transtorno.

Olha, colocar a propaganda em postes dá um trabalho, se gasta dinheiro, tem que ser fixado, e no outro dia tem que ir lá ver se ainda está lá, e já não está, tem outro – tira, bota, substitui... Olha, é uma guerra na Cidade.

Nesse aspecto me parece ser bom, e por isso vou votar a favor deste Projeto, porque fará com que nós tenhamos um melhor equilíbrio e não vamos nos incomodar mais com essa questão de tira cavalete, levanta cavalete, bota cavalete. Eu tenho certeza de que V. Exª, com a maior franqueza, não conseguiria tirar todos aqueles cavaletes que V. Exª botou de um dia para outro, não conseguiria, porque não tinha condições, e nós não conseguimos recolocar, pelo boicote, pela sujeira, pela falta de capacidade.

Eu vejo que essa lei vem em boa hora. A lei eleitoral, parece-me, é só para aquele período – julho, agosto e setembro –, portanto ela pode regular. Mas o que nós pudermos aqui fazer, através da Lei Orgânica do Município, regular o que cabe ao Município, porque os postes são de abrangência do Município e da CEEE, do Estado, para que nós possamos ter um equilíbrio melhor na campanha, devemos fazê-lo.

Até já estou mandando este Projeto, Verª Margarete, para São Borja, para que possam, lá também, a pedido dos Vereadores, fazer a aplicação dessa lei.

Portanto vejo com bons olhos este Projeto, vou apoiá-lo, eu acho que nós temos que simplificar a campanha, nós temos que facilitar a campanha, nós temos que ir para rua enfrentar o público, vendendo o nosso peixe, de igual para igual, gastando sapato, Ver. Haroldo, e não mais poluindo a cidade com essa visibilidade horrível, e depois o DMLU tem que tirar – bota, tira, não sabe onde guarda, é uma confusão tremenda.

Parabéns, Ver. Haroldo; parabéns, Verª Margarete Moraes, vamos votar, sim, a favor desta lei.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Ervino Besson está com a palavra para discutir o PLCL n.º 047/05 e os Substitutivos nº 01 e nº 02.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Ver. Luiz Braz; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, senhoras e senhores que nos acompanham pelo Canal 16, TVCâmara, eu queria saudar a todos, no ano passado, quando o Ver. Haroldo de Souza apresentou este Projeto, quando eu li o Projeto, a primeira coisa que eu fiz foi elogiar o Ver. Haroldo de Souza pelo Projeto. Depois, chegou o final do ano, e o Projeto foi para o Arquivo, e a Verª Margarete Moraes desarquivou o Projeto e fez um Substitutivo, juntamente com o Ver. Haroldo de Souza. Parabenizo a Verª Margarete Moraes pela justificativa do Substitutivo. Todos nós queremos a Cidade limpa, agradável e acolhedora, e o período eleitoral, meus caros colegas Vereadores, faz uma sujeira na Cidade! E a justificativa do Substitutivo, assinado pelo Ver. Haroldo e pela Verª Margarete, diz que visa também a uma economia para os cofres públicos, pois, ao final das eleições a Prefeitura Municipal, fica com a responsabilidade de limpar a Cidade. Vou mais além, Vereadora, fora desse período, antes do final da eleição, por várias vezes durante o período eleitoral, a Prefeitura vai ter que limpar a Cidade, porque as propagandas caem dos postes, vão para o meio da rua. Daí ocorre essa parafernália nas ruas da nossa Cidade, porque 90% dos postes da nossa Cidade são, de cima a baixo, cobertos com propaganda política. A Cidade se torna suja, com um visual terrível, portanto é um Projeto que vem em muito boa hora.

E nós vamos ter uma economia para os cofres públicos, sem dúvida nenhuma. Disse-me, na eleição passada, um morador: “Olha, Vereador, eu durmo olhando a foto de um candidato no poste e acordo olhando a foto de um outro candidato no poste”, tal a poluição visual no período eleitoral nos postes da nossa Cidade. Portanto que bom que o Ver. Haroldo de Souza entrou com este Projeto, e agora saiu o Substitutivo juntamente com a Verª Margarete Moraes. Queremos a Cidade limpa, queremos a Cidade acolhedora, nós queremos uma Cidade que dê uma boa impressão, quando os turistas vierem nos visitar. Agora, no período eleitoral, Ver. Haroldo de Souza, nada disso pode ser visto; o que se vê, sim, é uma poluição total nos nossos postes por causa da propaganda que as pessoas colocam durante todo o período eleitoral.

Portanto tenho certeza de que este Projeto vai ser votado daqui a poucos minutos, e todos os Vereadores votarão favoravelmente ao Projeto.

Vereador Brasinha, tenho certeza de que V. Exª votará favoravelmente, sim! Eu não vi uma propaganda de Vossa Excelência nos postes! Não vi! Eu, pelo menos, não vi propaganda. A maioria dos Vereadores aqui, durante o período eleitoral, botaram propagandas em quase todos os postes!

 

O Sr. Bernardino Vendruscolo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Ervino Besson, como eu falei antes, sou favorável ao Projeto. Do jeito que está, não dá. Toda a população reclama da poluição nos postes, o exagero da publicidade. Agora, nós não podemos esquecer que nós temos candidatos - e vamos ter mais -, que têm um poder econômico muito grande. Aí eles vão aos jornais e os usam; e, se nós fecharmos muito, nós não vamos ter nunca renovação nesta Casa, porque aqueles que não têm um poder econômico suficiente para botarem um apedido no jornal não vão poder fazer, tampouco uma publicidade na rua, a não ser aquelas de porta em porta, que nós sabemos que não é bem assim.

Então eu voto favoravelmente ao Projeto, cumprimento V. Exª também pela sua posição, mas eu acho que nós devemos garantir alguma coisa para que os Vereadores possam divulgar seus nomes durante a campanha.

 

O SR. ERVINO BESSON: Votaremos favoravelmente, mas, sem dúvida nenhuma, acho que a Câmara Municipal dará exemplo, meu caro Presidente, a outros Municípios que seguirão o mesmo caminho que nós vamos tomar daqui a pouco, votando favoravelmente a este Projeto, pois, já foi dito aqui por alguns Vereadores que outros Municípios também estão pedindo a cópia deste Projeto.

É um Projeto que trará, sim, benefícios para a nossa Cidade; pelo menos não teremos aquele visual, aquela sujeira que os moradores enfrentam no período eleitoral.

 

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Valdir Caetano): O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra para discutir o PLCL nº 047/05 e os Substitutivos n° 01 e n° 02.

 

O SR. ALDACIR OLIBONI: Nobre Vereador Valdir Caetano, Vereadoras e Vereadores, público que nos acompanha pelo Canal 16, queria também parabenizar a iniciativa da Verª Margarete Moraes e do Ver. Haroldo de Souza, que procuram fazer um regramento sobre a fixação de publicidade, como faixas, cartazes, placas para divulgação de eventos eleitorais.

Se nós examinarmos uma campanha, vamos perceber que, na verdade, hoje, prevalece o poder econômico, porque quem possui estrutura tem também possibilidade de ter outdoor em toda a Cidade ou no Estado, tem possibilidade de fixar bandeirolas em todos os postes da Cidade, tem possibilidade de fazer cavaletes em todos os canteiros da Cidade, tem possibilidade de pagar militantes, tem uma série de, entre parênteses, benefícios, que acabam oportunizando ao candidato ser bem divulgado na Cidade. Quem é considerado pequeno na disputa eleitoral, claro que sempre vai ser contra o abuso do poder econômico!

Se nós observarmos a maioria dos candidatos que vieram do movimento popular, do movimento sindical, veremos que não têm veículos de comunicação para poderem ser um nome popular. Nada contra a profissão, nós temos que ter a nossa profissão, mas nós não temos mecanismos para sermos essencialmente conhecidos na Cidade. Dificulta muito a quem é uma liderança lá do Orçamento Participativo, lá da comunidade se ele não tiver uma estrutura para competir com os demais candidatos de uma forma geral.

Então, proibir a fixação desse tipo de material, que acaba fazendo uma disputa eleitoral nesses três meses de campanha, eu acho que é justo, muito justo, porque quem faz campanha, quem quer vender a sua proposta, quem quer demonstrar que tem trabalho, faz uma campanha de corpo a corpo, faz uma campanha com as comunidades, faz uma campanha inclusive com debates na mídia, para poder divulgar não só o que fez, o que está fazendo, mas também o que se propõe a fazer para a cidade de Porto Alegre.

Às vezes nós observamos em alguns debates, algumas pessoas, alguns cidadãos, alguns candidatos que não têm conteúdo para oferecer. Aí vem a repugnância, de uma forma geral, da sociedade, dizendo que aquele candidato não tem condições para competir. Mas ele acaba se destacando, porque o visual está na Cidade. Ele é completamente diferente dos demais candidatos, você não vê esse candidato andando na rua, na parada de ônibus, entregando o seu material.

É nesse sentido que este Projeto, da Verª Margarete Moraes e do Ver. Haroldo, traz enorme benefício para o conjunto dos candidatos ou possíveis candidatos ou cidadãos.

 

O Sr. Sebastião Melo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu acho que este Projeto deveria ser um pouco mais amplo. Deveria estender também para os cavaletes e para os bonecos eleitorais, os bonecos que ficam nas esquinas. Seria de boa monta nós agregarmos uma emenda a este Projeto.

 

O SR. ALDACIR OLIBONI: Realmente, nós temos de falar muito sério, porque, queira ou não, Ver. Melo, um Vereador do seu Partido, o Ver. Bernardino, como foi acusado aqui, era o homem que mandava nos cavaletes na Cidade. Destruíam um cavalete, e ele estava lá, minutos depois, colocando um outro cavalete. Isso mostra o poder econômico, isso mostra alguém trabalhando para tentar divulgar o nome daquele cidadão, daquele candidato.

Mas eu queria também frisar que a vedação dessa propaganda vem ajudar a moralizar e vem, mais do que isso, impedir a poluição visual. Poderiam até estender mais e proibir a poluição sonora. Existem determinados candidatos que não têm horário para fazer campanha! O carro de som vai ser uma loucura nessa campanha, porque não há outro mecanismo de falar o nome do candidato.

Bom, os mecanismos encontrados para que os candidatos divulguem a sua campanha vão ser os mais diversos possíveis.

 

O Sr. Ervino Besson: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Meu caro Ver. Oliboni, já há legislação para poluição sonora.

 

O SR. ALDACIR OLIBONI: Que bom. Até as 10 horas da noite, é isso? É importante frisar que existe uma lei que acaba impedindo a divulgação de propaganda sonora depois das 22 horas, mas, assim mesmo, vai ser uma grande disputa. Eu creio que essa lei vem em boa hora e é de fundamental importância que todos nós possamos votar favoravelmente ao Projeto. Parabéns, Haroldo; parabéns, Verª Margarete Moraes.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Está encerrada a discussão.

Em votação o Substitutivo nº 01 do PLCL nº 047/05. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) REJEITADO.

Em votação nominal, por solicitação do Ver. Professor Garcia, o Substitutivo n.º 02 do PLCL n.º 047/05, com ressalvas das Emendas. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 23 votos SIM, 1 voto NÃO e 1 ABSTENÇÃO.

Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Cassiá Carpes, a Emenda nº 01 ao Substitutivo nº 02 do PLCL nº 047/05. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA por 7 votos SIM e 18 votos NÃO.

Em votação a Emenda nº 02 ao Substitutivo nº 02 do PLCL nº 047/05. (Pausa.) Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 02 ao Substitutivo nº 02 do PLCL nº 047/05.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Nós votamos favoravelmente ao Projeto. Vou repetir, achamos que a partir deste momento nós vamos ter a moralização na Cidade, os postes não serão mais poluídos, porque, realmente, era uma imoralidade. Todos nós sabemos que aqueles que têm condições financeiras abusavam do seu poder econômico, poluindo a Cidade, quanto a isso estamos garantidos.

Votamos favoravelmente ao Projeto, porém, queremos defender a nossa Emenda, até pegando como exemplo alguns Vereadores desta Casa que estão diuturnamente na imprensa: o Ver. Cassiá Carpes; o meu colega de Bancada, o Ver. Sebastião Melo, também é um homem muito amigo da imprensa, está seguidamente na imprensa. Essas pessoas têm mais condições, são mais conhecidas.

Então, eu aproveito para defender a minha Emenda, defendendo os que não têm condições, que não são conhecidos e que não têm condições financeiras, porque, ainda, Vereadores... E eu os peguei, até porque tanto o Ver. Cassiá Carpes como o Ver. Sebastião Melo são meus amigos, e a gente faz aqui um trabalho sério, mas não dá perder a oportunidade de brincar um pouco também.

 

O Sr. Cassiá Carpes: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, V. Exa está nas mesmas condições que nós agora, devido à sua capacidade como Vereador de persuasão, de pedir voto, de mostrar a cara, só que...(Som cortado, conforme determinação da presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Ver. Cassiá, peço-lhe desculpas, mas é que o Ver. Bernardino Vendruscolo está encaminhando, e não é permitido aparte.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Mas foi ouvida a sua mensagem. Presidente, se V. Exª permitir, eu abro mão para que o Ver. Cassiá dê um aparte.

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Mas regimentalmente eu não posso, o tempo fica livre para o Ver. Cassiá encaminhar pelo seu Partido, mas eu não posso conceder apartes.

 

(Manifestação do Ver. Cassiá Carpes fora do microfone.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Ver. Cassiá Carpes, infelizmente, eu não posso abrir o microfone de apartes, porque ele está em encaminhamento, eu não posso abrir precedentes.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Mas, de qualquer sorte, o Ver. Cassiá Carpes quis dizer que eu estarei em igualdades de condições. E eu o respeito, nós estamos aqui fazendo um trabalho muito sério, mas não podemos perder a oportunidade, não diria de brincar um pouco, mas de chamar a atenção de uma forma mais simpática para um outro comportamento. Por outro lado, veja bem, aqui estamos tratando de dar mais harmonia à nossa Cidade, mas não podemos esquecer que todos nós teremos liberdade de fazer publicidade via jornais. E todos nós sabemos que, em todas as campanhas se destacam, Ver. Cassiá Carpes, aqueles que têm poder econômico, com os grandes apedidos nas capas dos jornais. E, se nós proibirmos em seu todo, nós não vamos permitir que as pessoas mais humildes, aqueles que não têm poder econômico, possam divulgar a sua proposta, possam divulgar o seu nome durante o período eleitoral.

E o que eu estou propondo nesta Emenda, não é, Ver. Braz, cavaletes fixos, são aqueles cavaletes que os candidatos costumam colocar pela manhã e recolher à noite. Porque nós também temos de nos preocupar com a renovação. Se nós começarmos a proibir tudo, sabem o que nós estamos fazendo aqui? Proibindo a renovação nesta Casa, porque dizer, como disse aqui o Ver. Oliboni, que tem de bater de porta em porta, não é verdade! Porto Alegre é muito grande. O próprio Ver. Oliboni tem facilidade, ele vai lá e se prega na cruz e aparece muito mais do que uma infinidade de Vereadores. Então, esta é a verdade, nós temos de defender e assumir essa condição que alguns Vereadores desta Casa, se nós pegarmos como exemplo os Vereadores daqui, que têm mais facilidade de verem os seus nomes divulgados na imprensa. Esta é a verdade! O próprio Vereador da nossa Bancada, o Ver. Haroldo de Souza, querido por toda população do Rio Grande do Sul, com a sua linda voz, segundo os seus ouvintes, tem facilidade maior do que muitos Vereadores daqui de fazer a sua comunicação. Eu não estou falando em período eleitoral. No período eleitoral, todos nós sabemos que há um regramento. Então, nesse sentido eu faço um apelo aos Vereadores para que possamos defender a manutenção dos cavaletes não fixos. Obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 02 ao Substitutivo nº 02 do PLCL nº 047/05.

 

O SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente, Ver. Luiz Braz; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, o Ver. Vendruscolo insiste em uma tese de que os cavaletes não vão poluir. Ver. Vendruscolo, V. Exª pode ser um homem de rádio como nós, pode ter essa mesma capacidade. Agora, o que nós não podemos, numa campanha política, Ver. Vendruscolo, é desvirtuar a imagem com um boneco, e imagine se o rosto do boneco está meio torto, pode enganar a população. O Ver. Oliboni, V. Exª disse que ele fica na cruz, mas imagine um boneco na cruz, enganando - não dá! O boneco engana. A lei é clara e diz que a partir de julho, Ver. Haroldo, nós temos de nos afastar da imprensa, momento que iremos para as ruas pedir votos. Parece-me que todos saem ganhando, e nós não temos essa atribuição de dizer que alguém vai ganhar por ter a máquina; quem sabe ganhe, às vezes perde. Mas a maior capacidade do candidato é, acredito eu, Ver. Vendruscolo, não prometer o que não pode cumprir - esta é a grande verdade. Não é o cavalete – e concordo com V. Exª -, não é o banner, mas as promessas feitas e não cumpridas. Essa é a questão mais séria de um candidato. Não é porque ele está pregado na cruz, ou porque ele está pregado no poste, mas as suas promessas que não cumpridas depois da eleição. Eu ouvi comentários pela Cidade que aqui tem gente que prometeu doar salário, ou a metade do salário, quando se elegesse, e não cumpriram. Isso é grave! Então o maior trabalho de um Vereador, ou de um homem público, é a sua capacidade, o seu currículo antes da eleição, durante a eleição e a postura que terá no futuro. Essa é a maior propaganda de um candidato ou de um ser humano, de uma mulher, de um homem que buscam pleitear essa capacidade. Portanto não é o banner que vai eleger, mas o seu passado, porque eu sempre tenho dito, Ver. Vendruscolo, que o sem-vergonha, antes de ser Vereador ou Deputado, ou ter um mandato legislativo ou executivo, ele já era sem-vergonha! Ele vem aqui se esconder atrás da proteção de estar como um legislador. Portanto cada vez mais o cidadão tem de olhar de onde veio, por que veio, qual é a família, por que ele quer a política, se ele quer enriquecer? Se ele enriquecer com a política, eu quero deixar bem claro aqui, ele está roubando. Porque não pode, Ver. João Dib, um assalariado enriquecer com a política. É contracheque, está lá o que nós ganhamos. Portanto meu patrimônio é o mesmo de quando eu jogava e treinava futebol.

Se alguém tem mais patrimônio, sinceramente, eu não entendo como. O meu patrimônio é o mesmo de quando me elegi para Vereador no ano de 2000.

Portanto deixo de ganhar muito dinheiro, mas estou aqui, com a maior vontade e determinação, e entendo que, se eu colher mais patrimônio ainda do que aquilo que já ganhei, quando ganhava mais, alguma coisa está errada!

Portanto o legislador, o homem que entra na política, não é pelo boneco, não é pelo banner; é pela sua capacidade, pelo seu passado, pelo seu presente, e pela perspectiva de futuro. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Valdir Caetano está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 02 ao Substitutivo nº 02 do PLCL nº 047/05.

 

O SR. VALDIR CAETANO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, venho encaminhar a matéria, porque, quando vim defender o Projeto da proibição, da Verª Margarete Moraes e Ver. Haroldo de Souza, já havia dito, de antemão, que votaria contra as Emendas que proíbem uma coisa e não proíbem outras.

Venho, novamente, afirmar que já votei favorável ao Projeto.

Agora, Emenda que proíbe isso e não proíbe aquilo, votarei contra.

Proíbe-se, sim, o que tem de ser proibido. Não pode colocar num poste, também não pode colocar no cavalete, também não pode o banner.

Eu acredito, Ver. Haroldo de Souza, que isso não é prejudicial a nenhum dos candidatos, sejam eles de mandato ou não. Isso não é prejudicial.

Por quê? Aquele que já tem um mandato tem uma condição que o seu mandato lhe dá, para que ele venha a ter uma forma de ter um contato com seus eleitores - pelo menos é o que entende este Vereador.

Temos todas as condições de manter os nossos eleitores, de ter o diálogo através de uma mala-direta, dando ciência daquilo que estamos fazendo.

Agora, aquele que está entrando na política não tem como fazer esse tipo de trabalho. Mas ele tem de fazer aquilo que um dia nós fizemos, Ver. Haroldo, que é o tête-à-tête, o de porta em porta, para que venha a ser eleito.

Eu concordo, plenamente, quando o Ver. Cassiá diz que não é o banner, não são as faixas, não são os cavaletes, não são os bonecos infláveis, enfim, nada disso que elege um candidato. Eu votei favorável a este Projeto, porque será um presente para a cidade de Porto Alegre, porque isso realmente enfeia a nossa Cidade. É horrível, as pessoas reclamam. Nós, quando estamos nas ruas, em campanha ou não, recebemos reclamações dos nossos eleitores e daqueles que não são nossos eleitores dizendo: “Vamos acabar com isso”. Temos Cidades no Brasil, temos Cidades na Europa que já acabaram com isso e há as campanhas políticas da mesma forma. Então isso é um presente para a cidade de Porto Alegre. Eu acredito que não vai prejudicar nem aqueles que já são candidatos e que serão candidatos a reeleição nem aqueles que querem entrar na política. Esta é a minha posição, portanto voto contra a qualquer tipo de Emenda. Proibição é proibição. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Professor Garcia, a Emenda nº 02 ao Substitutivo nº 02 ao PLCL nº 047/05. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA por 07 votos SIM, 17 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N. 3892/04 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 035/04, que desafeta parte de área de praça cadastrada sob n. 73/1 e autoriza sua permuta por fração ideal de imóvel pertencente à sucessão de Luiz Bidino Termignoni e recuo viário do imóvel n. 3060 da Av. Cristóvão Colombo.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Paulo Odone: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto;

- da CEFOR. Relator Ver. João Antonio Dib: pela aprovação do Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. Bernardino Vendruscolo: pela aprovação do Projeto;

- da COSMAM. Relator Ver. João Carlos Nedel: pela aprovação do Projeto.

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82,    § 1º, VIII, da LOM;

- incluído na Ordem do Dia em 15-05-06.

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Em discussão o PLE n.º 035/04. (Pausa.)

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, estamos em dúvida sobre o teor do Projeto. Precisamos de alguns minutos para ter acesso a ele, pela DL.

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir o PLE n.º 035/04.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, colegas Vereadores e Vereadoras, eu queria falar em especial para os Vereadores da situação que, quando há esses Projetos de venda, troca, permuta de nesgas de terra, próprios, eu espero que a Liderança do Governo venha com as informações e faça uma intervenção e explique exatamente do que se trata. Na minha Comissão, por exemplo, nós votamos vários Projetos; eu leio, eu sou um dos pareceristas que imediatamente vejo se está tudo bem, dou o parecer. Mas sei que nesses Projetos nem todo mundo dá a devida atenção no percurso das Comissões, até porque são complexos, os senhores têm que ir ao local para verificar. Eu me lembro que o Ver. Antonio Hohlfeldt era o campeão de verificar, de não votar nunca! O Ver. Antonio Hohlfeldt nunca deixou votar um Projeto desses sem explicação da nossa Bancada, em todos os anos que eu estive aqui na Câmara! O Ver. João Dib conhece a Cidade como a palma da sua mão, sabe que é importante que a gente saiba exatamente o que nós estamos vendendo, trocando ou permutando.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Vereador Adeli Sell, eu quero dizer a V. Exª que, com toda a tranqüilidade, eu dei Parecer favorável, porque faz muito tempo que esse Processo tramita na Prefeitura, e o querido Prefeito João Acir Verle mandou, e eu endossei, porque o João Verle é uma pessoa muito correta, como sabe V. Exª

 

O SR. ADELI SELL: Perfeito, eu estou apenas fazendo uma solicitação que daqui para a frente façamos aquilo que nós tínhamos uma tradição, que eu aprendi com o Ver. Antônio Hohlfeldt, nobre Vice-Governador do Estado: ele não deixava passar nada, absolutamente nada, era zeloso. Eu acho que ele estava certo, quem é Governo tem que dizer: “Acontece que isso é um processo que existe há tanto tempo, nós precisamos fazer uma permuta, vendemos essa nesga de terra, porque não adianta de nada, ninguém vai utilizar, o lindeiro precisa, é importante”. Ninguém está duvidando do Projeto, eu estou propondo um procedimento, que esse procedimento seja feito sempre; não é pedir demais isso para a base do Governo. Eu lastimo que a Liderança do Governo não esteja, quem está falando em nome do Governo que venha, que explique, não só hoje, mas todos os dias. O Ver. Dib já explicou, já analisou, estou com V. Exª, Ver. João Antonio Dib, vou votar favoravelmente. Mas que nós sigamos esse caminho, porque é um bom caminho para não deixar nada em dúvida. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): A Verª Clênia Maranhão está com a palavra para discutir o PLE n° 035/04.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, rapidamente, só para não ter nenhuma dúvida, nós estamos tratando de um Processo encaminhado a esta Casa ainda pelo Governo anterior, que foi repassado, que foi reapresentado no nosso Governo, realmente tem umas trezentas e tantas páginas, não vai ser possível a gente poder fazer uma análise do conjunto do Processo. Apenas queria explicar, eu acho que o Ver. Adeli tem razão, nós temos sempre que ter segurança sobre os nossos votos. Eu queria apenas dizer que nós estamos neste momento discutindo um Processo que desafeta parte da área da praça cadastrada sob o número 73 e autoriza a sua permuta por fração ideal de imóvel pertencente à sucessão. Portanto é uma terra referente a uma praça que foi já encaminhada, passou por várias Comissões. O Processo é um processo muito extenso e é um processo que se refere à utilização social do solo. Muito obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Em votação o PLE nº 035/04. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N. 0350/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 016/05, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que dispõe sobre a oficialização das feiras-modelo de Porto Alegre relacionadas em anexo ao art. 1º. Com Substitutivo n. 01 (A.Oliboni e A.Sell). Com Emenda n. 01 ao Projeto. Com Emenda n. 01 ao Substitutivo.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Almerindo Filho: pela existência de óbice de natureza jurídica ao Projeto e ao Substitutivo n. 01;

- da CUTHAB. Relator Ver. Elias Vidal: pela aprovação do Projeto e pela rejeição do Substitutivo n. 01.

 

Observações:

- incluído na Ordem do Dia, por força do art. 81 da LOM, em 23-11-05;

- discutiram a matéria, em 08-05-06, os Vereadores J.A.Dib, I.Pinheiro, A.Sell, S.Melo e A.Oliboni;

- adiada a discussão, por duas Sessões, em 08-05-06.

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Em discussão o PLL nº 016/05 e o Substitutivo nº 01. (Pausa.)

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Solicito verificação de quórum.

 

O SR. MARIO FRAGA: Gostaria que fosse nominal, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Solicito abertura do painel eletrônico, para verificação do quórum. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) Somente 11 Vereadores presentes. Não há quórum. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 18h40min.)

 

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